O folclore, que já teve muita atividade em Bom Sucesso de Patos com os mutirões de capina, de limpeza de regos, de bate-pastos e de fiandeiras, está propriamente reduzido às representações de Folias de Reis, no período natalino.
Em processo artesanal, João Barbosa Porto mantinha, em sua fazenda Matinha, curtume e fabricação de artefatos de couro como laços, arreios, arreatas, botas, botinas, sapatos, cintos, etc. A sua produção era muito aceita pelo capricho e qualidade dos produtos.
Muito conhecidas na Vila as tricoteiras e crocheteiras Rita e Nelita, filhas de Maria Lima de Jesus, artista no tear, confeccionando bonitas colchas e também cortes de algodão para calça. É bom acentuar que as linhas para o tear eram feitas de algodão cultivado por elas, e também por elas tingidas com produtos naturais da terra.
Dentre os bonsucessenses, na capacidade de expressar as suas sensações através da pintura e da escultura, está Arminda Alves Gomes de Carvalho, a primeira Rainha Nacional do Milho eleita por voto popular, com mais de 8.500 votos (1967). Há trabalhos seus em várias igrejas, inclusive na de sua terra, a imagem do Senhor Bom Jesus, medindo 1,76m, esculpida em madeira cedro, com policromia e douramento, produzida em 2006. Sobre a obra, Arminda comenta: “Uma doação minha, em nome daquela criança (eu) que sempre se vestia de anjo nas festividades religiosas da Paróquia, há aproximadamente 60 anos. A madeira da imagem foi doada por Paulina Porto, grande benfeitora de Bom Sucesso, que tomou a iniciativa de criar a imagem e me pediu para produzi-la”.
Arminda, filha de Vicente Gomes Branquinho e Petrolina Maria do Rosário, foi alfabetizada aos 6 anos de idade pela irmã, Maria Alves Gomes, professora de uma escola municipal instalada na fazenda Serra da Quina. Tinha 10 anos quando perdeu a mãe, ocasião em que a família se mudou para Patos de Minas. Estudou no Colégio Nossa Senhora das Graças, Escola Normal Oficial e UNIPAM, neste na primeira turma de Administração. Com o dom desde criança, quando criava seus próprios brinquedos e desenhava animais da fazenda familiar, a Gameleira, no município de Presidente Olegário, Arminda tem uma obra extensa.
A literatura tem como seu representante maior Carmo Bernardes, Ainda criança, com os pais Luís Bernardes da Costa e Ana Carolina da Costa, mudou-se para Goiás. Foi criado, no entanto, ouvindo os causos e histórias acontecidos nas barrancas do córrego de Santa Rita, onde nasceu, logo ali, atrás do Cemitério Velho e da Capela de Santa Rita. Esses causos também entraram para seus livros. É considerado um dos maiores regionalistas de Goiás e do próprio País.
Outro bonsucessense com destaque no mundo das letras é Francisco Lúcio de Oliveira, conhecido como Chico Grota, filho de Galdino Lúcio de Oliveira e Maria Clara de Oliveira. A maioria de sua produção literária, geralmente poesias, tem Bom Sucesso como tema. Depois de ter estudado em Patos de Minas até 1957, transferiu-se para Belo Horizonte onde se tornou oficial da Polícia Militar. Formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Belo Horizonte. Fundou o jornal Bom’Cesso, que o teve como redator responsável. Idealizou e fundou, em 12 de setembro de 1976, a Associação dos Bonsucessenses Ausentes e Amigos de Bom Sucesso – ABAAABS. Em 02 de janeiro de 1977, foi realizada a primeira reunião na Vila, na Igreja do Senhor Bom Jesus. Ficou decidida a criação da primeira festa, fato acontecido de 09 a 14 de julho do mesmo ano. A Associação manteve, como seu órgão de divulgação, o jornal Bom’Cesso, mimeografado, que circulou até o número 30, de outubro de 1976 a junho de 1979. Por motivos alheios à vontade de seus criadores, em 1981, a ABAAABS teve as atividades encerradas. Na verdade, cresceu muito e a Vila não possuía a necessária estrutura para levá-la adiante. Chico Grota faleceu em Belo Horizonte, em junho de 1996.
A música teve muita evidência com a família Lúcio de Oliveira, com destaque maior para Francisco Lúcio, autor da letra e da música “Homenagem ao Bom Sucesso”, hino cantado sempre pelos da terra e tocado pela Banda do 15º BPM de Patos de Minas.
Uma festa muito querida e com grande participação pública é a Festa de Agosto. Foi criada, em 1955, por Antônio Álvares Teixeira (Tonho Moranga), com caráter religioso, em homenagem ao padroeiro Senhor Bom Jesus e a Nossa Senhora da Abadia. De tão tradicional, sem deixar de ter o seu caráter religioso, tornou-se uma festa popular, eivada de muito lazer para a população.
A 1.ª Festa Nacional do Milho – FENAMILHO de Patos de Minas aconteceu no ano de 1959. Três anos antes, em 29 de junho de 1956, a professora Célia Santos Lima organizou no Distrito uma grande festa com o nome de Festa do Milho. Com seus alunos das Escolas Combinadas Monte Castelo trabalhou e confeccionou grande variedade de artigos artesanais e comidas típicas tendo o milho como matéria-prima. Dos fazendeiros da região obtivera expressiva quantidade de donativos para a concretização da festa e para doação à Vila dos Meninos de Patos de Minas. Convidou e estiveram presentes o padre Tomaz Olivieri e as crianças mantidas por essa entidade filantrópica. Na 46.ª Fenamilho, em 2004, o Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas prestou homenagem à Dona Célia pelo seu trabalho em Bom Sucesso, no 23.º Festival de Pratos Típicos com Milho. Célia Santos Lima faleceu no dia 26 de janeiro de 2006, sendo sepultada em Belo Horizonte. Antes de sua morte fez um pedido especial à neta Fabielle, o qual foi cumprido: “Quando eu morrer, quero se sepultada com um broche da ‘Fenamilho’. Muito me orgulha… uma simples professora primária plantou uma festa”.
Na década de 1940 foi fundado o time de futebol Bom Sucesso Esporte Clube que fez muito sucesso. Participou do torneio “Peladão”, promovido pela Rádio Princesa de Lagoa Formosa. Com a mudança de muitos atletas, o clube foi enfraquecendo até a sua extinção. Hoje, os esportes preferidos na Vila são o futebol de salão e o vôlei. Ambas as modalidades são praticadas pela mocidade, na praça poliesportiva, anexa à Escola Estadual.
* Fontes: Patos de Minas, Meu Bem Querer (foto), de Oliveira Mello; A Festa do Milho Através dos Tempos, de Marialda Coury.