CULTURA DEBULHADA

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TEXTO: MARIA DULCE BARBOSA (1980)

Enquanto tudo vai acontecendo nesta cidade, estamos presenciando a corrida louca dos estudantes em busca de um objetivo único: CEP.

Notamos um visual diferente, há muito não visto em Patos de Minas, cada time convidando uma torcida maior, na forma mais objetiva possível.

Isto nos faz refletir sobre a atuação do jovem estudante em nossa cidade, pois se vemos um movimento destes acontecendo temos certeza que a nossa classe estudantil possui iniciativa; ela adere ao que lhe é favorável; nota-se o passo consciente, na luta pelo engrandecimento de uma cultura jovem atuante e viva. Espera-se crer nesse euforismo do estudante, não só nesta época de eleições, mas é preciso que todos se entreguem em prol desse desenvolvimento estudantil.

Aqui em Patos de Minas, sentimos que aos poucos vai nascendo um movimento cultural e artístico de grande valor. O pequeno número que existe lutando para o desenvolvimento da arte, interfere no espírito dos que ouvem, e participam, seja das apresentações teatrais, show musicais, montagens poéticas, recitais, etc., e isso vem mostrar que é preciso lutar ainda muito, é preciso dedicar à arte numa harmonia ascendente para que todos sejam tocados e prestigiem mais os nossos artistas, artistas estes que estão começando, e precisam de uma certeza apenas: aceitação.

Não custa lembrar nomes que atuam em nosso chão, transmitindo o que se vive. Temos os grupos teatrais, Gruta, CET se destacando pela forma de luta e atuação, temos o Grupo Canto Chão que possui uma música enraizada na terra cativando jovens e adultos, devemos lembrar também do pessoal que levou o show “Quem Fala” em Sacramento e que começa com a vontade de estar transmitindo verdades e propósitos válidos. Um valor que se destaca é também o jovem violonista Anísio Dias Gonçalves que se entrega à música e dela se alegra por ser sublime, rica e necessária à vida. O despertar de novos músicos por meio também do Conservatório Carlos Gomes. Isto tudo nos mostra que Patos de Minas vai conseguindo uma posição que merece a atenção por parte de nossas autoridades no que diz respeito à CASA DA CULTURA.

Os valores novos estão sempre surgindo, e cada dia trazem em si novos ideais, novas mutações.

Que as promessas feitas, sejam colocadas à tona.

Como diz Ferreira Gullar: “é essa clandestina esperança misturada ao sal do mar, que me sustenta…”

* Fonte: Texto publicado na edição n.º 8 da revista A Debulha, de 31 de agosto de 1980, do arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.

* Foto: Cartasparapi.com, meramente ilustrativa.

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