Como se fosse fruta amadurecendo no fundo do quintal, “Senhores Moleques de Minas Gerais¹” mostra um Carambola bem mais forte, coeso e consistente. A responsabilidade para com o público ligada a uma doce irreverência deram ao show um aspecto quase profissional. Mas, como diz o Waguinho “… não me importa quantos passos/há na frente/o importante é chegar lá”. É claro que a caminhada é sempre longa, acontece que ela sempre tem algo bom no final quando se caminha sem pressa e amadurecendo sempre.
Fica aqui destaque para a Improviso Produções, para o José Roberto, que mostrou muita garra e coragem em mais essa produção e realização. Sensacional o trabalho do Murilo e muito boa a parte de iluminação realçando muito o cenário. Bom também para mostrar que o pessoal daqui (né Eugênio?) compete em pé de igualdade.
Ótimo nível musical e instrumental, mostrando a importância da coesão de um grupo. Sensacional e de muito bom gosto a escolha do repertório, apesar de acharmos que o pessoal deveria introduzir mais coisas de autores já consagrados. Fica aqui a sugestão não só para o Carambola, mas também para o resto do pessoal que faz música e leva para um espetáculo.
Daqui um abraço para o Comini, Anísio e Leninha pelo grande trabalho e parabéns por haver levado exatamente esse tipo de espetáculo ao público patense.
Valeu moçada. Valeu e muito a beleza, a doçura e raça de vocês. Muito forte e desenvolvido o trabalho, mostrando que a coisa tem de continuar crescendo e cada vez mais amadurecendo de dentro para fora. Cresce muito a responsabilidade de vocês para os próximos trabalhos. Quando se é bom, só se pode melhorar.
Que haja sempre seiva na árvore dessa fruta, e vamos lá Caram-bola prá frente!
* 1: O show foi realizado no Cine Riviera na noite do dia 29 de junho de 1984. Leia “Senhores Moleques de Minas Gerais”, “Senhores Moleques de Minas Gerais (Gilmar Ribeiro)”.
* Fonte e foto: Texto de João Vicente publicado com o título “Quase Colheita!” e subtítulo “Grupo Carambola” na edição n.º 95 de 15 de julho de 1984 da revista a Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.