ESPOSA DESCUIDADA

Postado por e arquivado em CANTINHO LITERÁRIO DO EITEL.

Durante o auge da pandemia do Covid-19, muitas empresas públicas e privadas ajustaram funcionários não operacionais ao sistema de trabalho em casa, também conhecido como remoto. Êpa, esqueci que estou no Brasil, então vou começar novamente: Durante o auge da pandemia do Covid-19, muitas empresas públicas e privadas ajustaram funcionários não operacionais ao sistema home office. Agora sim, ficou a cara do Brasil. Continuando, a principal justificativa era o isolamento do funcionário.

Foi o que aconteceu em meados de 2020 com um funcionário de um laticínio localizado no Distrito Industrial II. Para tanto, a empresa criou na casa do… quer dizer… na home do fulano as condições adequadas para que ele pudesse executar o serviço com galhardia, fundamentalmente um computador para conexão online com a empresa. Assim, como dizem certos intelectuais, a coisa foi fondo com uma excelente adaptabilidade do funcionário ao novo esquema de trabalho que se tornou até mais produtivo, fato que motivou a empresa a adotar o sistema a todos os funcionários não operacionais.

Quem gostou muito foi a esposa do fulano, pois como recém-casados, poderiam curtir a parceria amorosa por muito mais tempo. E assim a coisa foi fondo e ela, a esposa, até que gostava dos contatos entre o marido e seus colegas de trabalho e fornecedores. Certa vez, numa manhã de domingo, enquanto o fulano esperava a esposa tomar banho e se vestir para um passeio e depois almoço no Parque do Mocambo, gritou da sala:

– Mô, já são dez horas, vê se não demora, enquanto isso tô aqui no computador jogando paciência.

E assim a coisa foi fondo, a mulher demorando, e de repente ele se lembrou de uma pendência do trabalho e resolveu entrar em contato online com um colega. Após pouco mais de cinco minutos de conexão, no meio de um assunto sério, o colega fez uma cara de espanto, depois arregalou os olhos e sorrindo murmurou:

– Uau!

De prontidão o fulano não entendeu a reação do colega que ainda disse com uma expressão de quem estava gostando demais da conta:

– Minha nossa!

Foi então que o fulano ouviu a voz da esposa:

– Que tal, mozinho?

Lá estava ela, totalmente nua, com as duas mãos na cabeça, sua cara-metade fazendo pose sem ela perceber que ele estava conectado com um colega de trabalho que já estava babando com a cena. Imediatamente ele faz um gesto com o braço para ela cair fora do alcance da câmera, mas já era tarde, leite derramado.

Concluindo, o marido cortou relações com o colega de trabalho por ter comentado o fato com outros colegas e outras pessoas. Tanto é que você aí acabou de ficar sabendo. Dos males o menor, não há vídeo.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 06/06/2014 com o título “Antiga Rodoviária no Final da Década de 1970 − 1”.

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