ESCRITURA DE DOAÇÃO FEITA POR SILVA GUERRA E SUA ESPOSA

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Dizemos nós Antônio Joaquim da Silva Guerra e minha mulher Luzia Corrêa de Andrade que entre os mais bens de nosso casal que possuímos, livres e desembargados, e assim uma parte de terra de cultura e campos, que temos na fazenda denominada “Os Patos”, na aplicação de Sant’Anna da Barra do Espírito Santo, Termo do Araxá e Comarca da Vila do Paracatu do Príncipe, a qual parte de terras e campos havemos por herança dos finados meus sogros, José Corrêa de Andrade e Rosa Dias D’Oliveira, e desta, uma parte que damos um pedaço ao Glorioso Santo Antônio, da Cabeceira do Brejo do Açude pelo espigão cortando no rumo direto ao esbarrancado que está por baixo do pasto da manga, por ele abaixo até o Rio Paranahyba pelo meio da água até a divisa das terras de Francisco Her¹. Da Cruz, seguirá por ela em diante até finalizar com as divisas das terras de Manoel Joaquim de Souza, pelo córrego acima até feichar a cabeceira do dito Brejo do Açude; e que parte de terras acima dita, foi avaliada com seus pertences, pelo Capitão Felisberto José da Fonseca e Pedro Corrêa de Andrade, em setenta mil réis, os quais avaliadores assim concordarão tão bem se acham assinados nesta dádiva e que é feita por nós acima ditos, ao mesmo Santo, a fim de se lhe edificar um templo, e também para o cômodo dos povos, e não sendo para este efeito não terá valimento algum esta. Poderá o mesmo Santo gozar desta dádiva como sua que fica sendo de hoje para sempre em que cedemos e transpassamos toda posse, fins e domínio que na parte de terras temos com seus predicados, e nos obrigamos a fazer esta dádiva boa pelos bens que possuímos e nem os nossos herdeiros poderão desfazer esta nossa vontade, e se neste papel faltar alguma cláusula ou cláusulas, assumo direito necessário, aqui as houvemos por expreças e declaradas e pedimos a Justiça de Sua M.Y.P. lhe queira dar inteira validade e queremos que tenha vigor como se foce escriptura pública.

E para firmeza de tudo pedimos a Antônio José de Castro, que este por nós fizesse eu assigno de meu próprio punho, e o dito Castro por minha mulher, e como testemunhas tão bem se assignarão, estando presentes os abaixo assignados.

Fazenda denominada “Os Patos”, 19 de julho de 1826.

Antônio Joaquim da Silva Guerra.

A rogo da sobre dita Luzia Corrêa de Andrade, Antônio José de Castro.

Como testemunha que este vi fazer: João Gomes do Rego. – Como testemunha: Francisco de Souza Loubo. – Sou testemunha que este vi fazer: Manoel Joaquim de Souza.

Como avaliadores: Pedro Corrêa de Andrade e Felisberto José da Fonseca.

Como testemunha que este fiz a rogo de sobreditas: Antônio José de Castro.

* 1: Antigamente era abreviação de Fernandes (do castelhano Hernadez).

* Fonte: Transcrita do “Jornal dos Municípios”, que afirma ter copiado o documento na íntegra, inclusive a ortografia, e publicado em Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.

* Foto: Parte da folha 1 da Escritura de Doação, do livro Uma História de Exercício da Democracia – 140 anos do Legislativo Patense, de José Eduardo de Oliveira, Oliveira Mello e Paulo Sérgio Moreira da Silva.

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