PEIXE PARAÍSO

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O Peixe Paraíso (Macropodus opercularis) é comum na China, Formosa, Coreia, Vietnã, Camboja, Hong Kong, Japão, Laos, Madagascar, Malásia e Rússia. Por sua predação de larvas de insetos, foi introduzido em diversos países, inclusive o Brasil. Habita desde córregos e remansos de rios a valas e campos de arroz. Áreas marginais não muito profundas nem rasas. Quando adulto, pode atingir 10 cm de comprimento e viver entre 3 a 5 anos. Machos apresentam coloração mais ressaltadas e vibrantes e possuem corpo mais alongado que as fêmeas.

Onívoro (que ou o que come tudo ou de tudo) em seu ambiente natural. Em cativeiro aceita muito bem rações de qualquer tipo complementadas com enquitreia, besouro do amendoim, insetos, minhocas, artêmia salina, entre outros, sendo muito usado no combate biológico a vetores de doenças como esquistossomose, dengue, febre amarela, em lagos e açudes pelo mundo, por ser grande devorador de caramujos e larvas de insetos, motivo pelo qual é muito indicado para infestações em aquários.

Sua coloração de listas azuis brilhantes em um fundo avermelhado e vistosas nadadeiras de mesma padronagem e filamentos que dão nome ao peixe (o formato lirado destas remete ao nome peixe do paraíso) e característico “olho opercular”, lembrando que assim como outros peixes a coloração deste varia muito com o humor e o habitat em que está inserido podendo mudar de um instante para outro, o que reforça a formação de haréns para incentivar sua comunicação visual e que vale o risco de tê-lo em um aquário com peixes do tamanho ou maiores que ele ou que saibam se defender como Kribensis, Tricogasters, ciclideos como boca de fogo, jack dempsey, embora alguns indiquem cardumes de peixes rápidos como tanicts como fauna acompanhante.

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm x 30 cm x 30 cm (54 litros). Seu comportamento é bastante variável, espécie territorial, mas não é realmente um peixe tão terrível como falam. Em cardume (5-6 indivíduos) sua agressividade diminui consideravelmente, principalmente quando mantidos em aquário de grande porte. O tamanho do aquário, assim como a presença de ornamentos que formem refúgios e quebrem sua linha de visão parece diminuir sua agressividade.

Ovíparo (que ou o que produz ovos que se desenvolvem e que eclodem fora do corpo materno), atinge a maturidade sexual por volta de seis meses. Estabelece ovos em ninhos de bolhas junto à superfície. Reproduzem com muita facilidade proles com alta taxa de sobrevivência. Deve-se separar o casal num aquário bem tampado, com plantas soltas como Ceratophilum, Egeria, Hydrila, sem cascalho e com um pequeno filtro de espuma. O macho inicialmente faz um ninho de bolhas semelhante ao dos Bettas, podendo ser decorado com folhas e ramos de plantas presentes no aquário e após o cortejo, conduz a fêmea ovada para este ninho de bolhas. O Macho a envolve num abraço nupcial fazendo a fêmea expelir seus ovos, que são imediatamente fertilizados e coletados pelo macho. Após a desova a fêmea deve ser retirada para evitar agressões pela defesa do ninho. O macho tomará conta dos filhotes até que eclodam e passem a nadar livremente, o que ocorre cerca de dois dias. Então o macho pode ser separado (para não perseguir os filhotes confundidos com alimento vivo) e os filhotes deverão ser alimentados com infusórios por alguns dias, então pode-se oferecer microverme ou verme do vinagre, náuplios de artêmia ou ovos de artêmia sem casca e ração triturada. Pai cuida da progênie por cerca de uma ou duas semanas. Muitos criadores de outros peixes criam o paraíso para uso dos alevinos como alimento vivo, tamanha a taxa de reprodução.

É um peixe inteligente e muito resistente e recomendável para novatos, mas é melhor esperar até que seu aquário esteja ciclado e bem estabilizado para introduzi-lo. Apesar de respirar ar atmosférico pelo labirinto e serem pouco exigentes quanto à qualidade da água é recomendado filtragem e oxigenar o aquário. O mesmo vale para seu “irmão” o Macropodus oellatus diferenciando apenas o tamanho menor e a coloração.

Vale comentar que mesmo sendo muito resistente em Taiwan, as populações nativas foram muito reduzidas pelos níveis de poluição nos rios e demais habitats, e agora ele está listado em Taiwan como uma espécie ameaçada e com coleta proibida e consecutivamente com a diminuição da população de Paraísos a população de suas presas (como o Aedes aegypti) tem aumentado.

* Fonte: Texto de Edson Rechi em aquarismopaulista.com.

* Foto: Fundodomar.loja2.com.br.

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