A ânsia em denominar logradouros públicos é uma das características mais atrapalhadas do poder público, tamanha a quantidade de bizarrices. Os exemplos abundam. Esse aqui é só um. Sabe-se que concomitante ao crescimento do Bairro Brasil, as ruas que foram surgindo receberam nomes dos Estados brasileiros, ideia do então vereador Zama Maciel. Eis então que surgiu a Rua Paraná. Naquela época, o famoso comichão de mudar nome de rua abateu sobre os edis quando resolveram homenagear o cidadão Alfredo Alves Barcelos, através da Lei n.º 957 de 22 de fevereiro de 1968, vontade do vereador Manoel Machado Ferreira. Para tanto, sabe-se lá baseado em que argumento, foi escolhida a Rua Paraná. Deu um bode tremendo, durante quinze anos o povo chiou, até que a Lei n.º 1.882 de 22/06/1983 retornou o nome de Paraná ao logradouro¹. E o Alfredo Alves Barcelos? É, e o Alfredo Alves Barcelos? Na mesma data, a Lei n.º 1.884 assim determinou em seu Artigo 1.º: Fica denominada de Rua Alfredo Alves Barcelos a via pública situada no Setor 05 da Planta Cadastral desta Cidade, entre as Quadras 23 e 24, com início na Rua Ana de Oliveira e término na Rua Major Jerônimo. É quase em frente à sua colega Bernardes de Assis, a da entrada lateral do Centro Comercial Pátio Central. Eis mais uma bizarrice, pois isso é um beco que termina naquele muro e não chega à Rua Major Jerônimo. A propósito, Alfredo Alves Barcelos nasceu em Araxá em 08 de agosto de 1882. Veio para Patos de Minas trabalhar no setor de construção civil, tendo participado, entre inúmeras obras, da Catedral de Santo Antônio, Fórum Olympio Borges, Grupo Escolar Marcolino de Barros e Hospital Regional. Faleceu aqui em 17 de dezembro de 1940.
* 1: Leia “Mudança de Nome da Rua Paraná em 1968: Revolta do Povo”.
* Texto e foto (15/11/2018): Eitel Teixeira Dannemann.