O “Estado de Minas” de 19 corrente, insere a palpitante entrevista do Cel. Francisco Cambraia Campos sobre o movimento dos fazendeiros do municipio pleiteando o ligamento de estrada de ferro Catiara-Patos-Presidente Olegario.
Descreve o entrevistado com o entusiasmo nacionalista que lhe é peculiar, a abundante fertilidade de nossas terras, a grandeza sem par de nossas matas e o grande celeiro que somos do Estado e da Nação.
Conta aos céticos e derrotistas que ultimamente quando aqui esteve, viu “uma região de oito alqueires de terra produzir cento e cincoenta carros de milho e mil e duzentos sacos de feijão, de uma só colheita”.
Por este fato, afirmou categoricamente que a região inegavelmente é a Mesopotamia de Minas.
Relatou que estas terras suculentas não podem ser exploradas “in totum”, porque a falta de Estrada de ferro perturba o escoamento da produção e acarreta prejuizos fatais.
Pediu, S.Sa., a intervenção dos Governos do Estado e da Republica no sentido de voltarem os seus olhos para o anseio deste povo capaz de em pouco tempo quebrar os tabelamentos, logo que os produtos possam transitar livremente para os outros municipios.
Acompanhando o grito de alerta e a clarinada do sr. Chichito Campos, aqui está um povo decidido a tudo fazer e a tudo realizar neste transe aflitivo para o mundo que se habituou na luta pela liberdade.
Aqui está um povo que progride aceleradamente para a grandeza da Patria, sob a direção de um Prefeito trabalhador¹.
Uma cidade que já tem de tudo e cresce a olhos vistos.
Uma cidade que nesta hora dificil instala nova usina elétrica de grande potencia², que cuida de seu aeroporto na mais risonha das perspectivas³, que vê levantar, pelo Governo amigo de Benedito Valadares, uma das mais ricas e suntuosas praças de esportes4, que produz o trigo em colheita promissora marcada para 10 de agosto, sem medo de quebras e imprevistos5, uma cidade e um município que precisam mesmo do retumbar de vozes estranhas, como a de Chichito Campos que incentiva e anima, e não de vozes agoireiras que aqui aportam com o intuito de abrir lutas, de acender fogueiras e fazer cisões num bloco que, ao dos “Cascas Grossas6“, deve marchar em paz e harmonia para os maiores cometimentos.
* 1: Clarimundo José da Fonseca Sobrinho.
* 2: Leia “Usina das Lages − Decreto-Lei N.º 49”, “Anunciada a Construção da Usina das Lages”, “Iniciada a Construção da Usina das Lages”, “Rodovia da Usina das Lages − 1942”.
* 3: Leia “A Chapada na Década de 1940”, “Anunciada Melhorias no Campo de Aviação”.
* 4: Leia “Anunciada a Construção da Praça de Esportes, o Futuro PTC”.
* 5: Leia “Ascensão e Queda da Triticultura”.
* 6: Leia “Cascas Grossas − Um Exemplo a Seguir”.
* Fonte: Texto publicado com o título “Um Grande Movimento em nossas Classes Produtoras” na edição de 27 de junho de 1943 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Do livro Domínios de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.