A primeira usina de eletricidade foi inaugurada em 14 de agosto de 1915¹. Pouco menos de trinta anos após a Cidade passava por uma intensa deficiência energética. Em 1942 teve início a construção de uma usina no Ribeirão das Lages, que atendeu a demanda até meados de 1950, auxílio considerável até a chegada da CEMIG em 1961. Com o vertiginoso desenvolvimento do Município, pouco tempo depois foi necessária uma ampliação da nova usina. Mas não foi fácil a conclusão da obra, repleta de contratempos. A chegada das máquinas foi um verdadeiro rebuliço na cidade, como bem demonstra uma matéria do Boletim Municipal:
Grande regosijo na cidade. O comêço de nova etapa na vida do municipio. Mais de 1.000 HP para a indústria e a iluminação das vias públicas. Ainda êste ano a inauguração da NOVA USINA.
AFINAL, depois de um trabalho intenso junto ao Ministério da Fazenda e à Alfândega, no Rio de Janeiro, as máquinas da Usina Hidro-elétrica das Lages chegaram à cidade. Empenharam-se, num esfôrço conjunto, a ZECIL – empreiteira das Obras – e a Administração Municipal, não poupando esforços, no sentido de se importar o maquinário e conseguir-se a isenção de tributos alfandegários sôbre o mesmo. Estes, montaríam a cêrca de Cr.$ 300.000,00 e que, graças ao entendimento pessoal que o Prefeito Genésio Garcia manteve com o Exm.º Sr. Ministro da Fazenda, foram retirados sem onus para o Município.
Está, assim, vencida, a penultima etapa da instalação da Usina das Lages. Agora, seguir-se-á à fase de montagem das máquinas para, daqui há pouco, a Cidade receber a energia elétrica, que vem reclamando há tanto tempo. E que, somente assim, poderá movimentar novas máquinas, na multiplicação de novas industrias, e iluminar suas praças, avenidas e ruas, que se abrem, num aspecto admirável de cidade grande.
Na vida das grandes nações, o problema da energia elétrica é fundamental. Todo o progresso, todas as conquistas das nações giram em torno do crucial problema da Eletricidade. E cada qual, procurando vencer as dificuldades, colocando-se em dia com a evolução da era da máquina, não póde furtar-se ao desejo de possuir suas reservas potenciais, suas usinas, sem o que não se poderá movimentar senão os mecanismos manuais, arcaicos e velharengos por estes tempos atômicos. Patos de Minas, cuja fama de municipio rico, exuberante e hospitaleira já saltou suas fronteiras, tinha que ampliar suas reservas hidro-elétricas.
Os seus administradores não descuidaram do grande e sério problema da energia elétrica – base do progresso. Assim, as obras da Usina das Lages, começadas no govêrno Jacques Corrêa, serão agora terminadas no atual. Os 500 H.P. existentes estão sendo triplicados: a Usina contará, ainda êste ano, com 1.500 H.P.
Reina geral satisfação em toda a cidade, porque todos sabem que nova etapa será inaugurada na vida municipal, com a entrega da nova usina à população.
As máquinas estão seguindo para o ribeirão das Lages, e serão montadas pelo técnico Bernardino Corrêa, já contratado pela ZECIL.
O govêrno municipal esclarece ao povo patense que envidará todos os esforços, para que as obras finais terminem o mais rápido possível, pois conhece, de perto, a necessidade que aflige à indústria de um modo geral, bem como a deficiência e a falta de iluminação elétrica da cidade.
* 1: Leia “Eletricidade: Da Lamparina à CEMIG – Histórico da Força e Luz” e “Usina da Cia. Força e Luz no Ribeirão da Mata”.
* Fonte: Texto publicado na edição de 31 de julho de 1955 do Boletim Municipal, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Do arquivo da CEMIG. A usina do Ribeirão das Lages foi reativada pela CEMIG em 2005 com o nome de Usina Hidrelétrica de Lages e está em funcionamento novamente.