PAZOLIANA − CAPÍTULO 16: O VATICANO SE PREOCUPA

Postado por e arquivado em CANTINHO LITERÁRIO DO EITEL.

“A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia”. (Albert Einstein -1879-1955)

14 de junho de 1980. Enquanto os homens fardados perdiam seus parcos cabelos agarrados às pranchetas de dados dos satélites; enquanto as religiões continuavam a assoprar os seus suspiros mágicos e redentores aos incautos; enquanto os políticos pelo mundo afora, cada um a seu gosto e prazer, mandavam e desmandavam com seus asseclas, os Deuses resolveram dar uma voltinha pelos ares terráqueos, simplesmente para acompanhar a rotina daqueles que estavam com os dias contados e, quem sabe, Eles não disseram a ninguém, queriam testemunhar o passeio do Papa por vários países. Naquela data, incontinenti, um OVNI foi avistado na Rússia central. Pouco depois, foi visto em cinco países da América do Sul e fotografado no céu ocidental perto da Lua. O fato foi notícia no mundo inteiro, testemunhado por pilotos de aviões, fotógrafos de jornais, oficiais militares reformados e investigadores experientes na matéria, como Gordon Creighton e J. Allen Hynek.

Finalizando o mês, exatamente no dia 30, chegou ao Brasil o Papa João Paulo II. Ao desembarcar em Brasília, Sua Santidade realizou o gesto célebre de ajoelhar-se e beijar o chão, saudando a terra que acabava de pisar. Foi um rebuliço. Políticos, artistas e pessoas comuns brigavam pela primazia de ver o Santo Padre e até, quem sabe, sentir a sua tez divina. O esquema de segurança teve a participação de mais de nove mil homens, o maior até então. Foram doze dias de estadia, sendo visitadas treze cidades e rodados quatorze mil quilômetros.

Para um país majoritariamente católico, a vinda do Papa foi um acontecimento que extrapolou todos os outros acontecimentos. Para os que acompanharam de perto, foi a glória. Os que estavam de frente a uma TV, ajoelhavam-se e ali mesmo faziam os seus pedidos ou suplicavam perdões. Por poucos dias, o país viveu um êxtase. Mas, em Vila do Córrego Dobrado, o Papa nada mais era do que um personagem folclórico. Todos os visitantes, por algum motivo, ficaram admirados pelo pouco caso da população vilarina. Enquanto fora de lá o clima era quente, lá o clima era sereno e mais sereno ficou quando o Papa foi embora. Quem não estava nada sereno era o Padre Alaor, que já havia roído todas as unhas. Apesar de ter discutido muito o assunto com Januário, o encontro que estava prestes a acontecer com o Bispo Ednando o deixara muito tenso. Era certo que o Bispo sabia de muita coisa e ia pressioná-lo ao máximo. Com o pensamento positivo, encarou o desafio.

– Prezado Alaor Motta Castanheira, louvado seja a sua presença.

– Bom dia, Excelência, bom dia a todos.

– Conhece este senhor?

– Não!

– Apresento-lhe o Eminente Cardeal Torentino di Peruzzio. Veio na comitiva do Papa. Aqui ficou para deliberarmos sobre assuntos importantes à Diocese. Para aproveitar a estadia, fez questão de conhecê-lo. Para não perdermos muito tempo, e sem mais delongas, passo-lhe a palavra.

– Prazer, Eminência. É uma honra conhecê-lo – cumprimentou o Padre.

– O prazer é todo meu, Padre Alaor. Tenho certeza de que nos entenderemos muito bem. Venho a esta cidade brasileira por uma ordem explícita de nosso Santíssimo Padre João Paulo II, que está muito preocupado com os boatos que lhe chegaram aos ouvidos. Se são verdades ou não, eis a questão. Já devia ter vindo há mais tempo, mas não deu. Foram-se os anos e, finalmente, cá estou. O pensador J. Blanchard disse: “Dizem que onde há fumaça há fogo, mas a fumaça pode ser nada mais do que poeira e nevoeiro”. Temos que ter bastante discernimento para analisarmos cada fato e de cada um deles tirarmos as conclusões adequadas que sejam de nosso interesse. Concorda?

– O que poderia ser de nosso interesse?

– As palavras quando soltas ao vento costumam aderir a ouvidos errados. Estes têm por hábito transmiti-las à língua. Invariavelmente, esta língua, em movimentos sísmicos, transforma as palavras em turbilhões de mentiras. Estas mentiras se apegam a leigos e ingênuos que as espalham como o pólen na atmosfera. Este pólen nada germina, pelo contrário, contamina. Se por…

– Eminência, queira ser mais objetivo.

– Mentiras estão chegando em cascatas aos ouvidos do Papa.

– Aqui na nossa terra temos o hábito de dizer: vamos parar de leréia. Portanto, se fala e entende tão bem o português como percebo, por que não vai direto ao assunto?

– Padre, contenha-se – atalhou o Bispo.

– Mais contido do que estou agora, impossível. Não estou entendendo os rodeios. Se o cardeal está querendo me dizer alguma coisa, que vá direto ao assunto.

– Pois bem, padre, serei objetivo. Afinal, o que está acontecendo por lá?

– Depende do ponto de vista.

– Pede-me objetividade e o próprio está com leréia, como bem disse. Creia que o Vaticano está a par de tudo. Não vou voltar aos primeiros fenômenos por considerá-los já mais do que discutidos. As recentes notícias é que nos preocupam, principalmente quanto ao seu comportamento. O Papa teve uma conversa com o Presidente Figueiredo e este confirmou que o SNI está em parceria com o FBI e CIA no estudo dos fenômenos. A coisa é séria, prezado Padre, e o senhor sabe muito bem disso.

– O que em meu comportamento lhe preocupa?

– De acordo com seu histórico, existiu um Padre Alaor, aquele que tão bem foi preparado pelo Seminário. Este padre vinha cumprindo com galhardia as suas funções sacerdotais naquela vila. Seguia religiosamente os ritos e preceitos da Igreja Católica. De uns tempos para cá, suas pregações começaram a se afastar das palavras do Livro Sagrado. Não são palavras incisivas, mas evidentes no seu sentido de desvirtuar a verdade. Afinal de contas, para ti, qual o significado de nova era e novo Cristo?

– Parábolas, Eminência, nada mais do que parábolas, como tanto se expressou o nosso Cristo.

– Queira, por favor, interpretá-las.

– Eu tive como único objetivo falar um pouco diferente para fugir da monotonia.

– Quem és tu para acusar a Liturgia de monótona?

Saliento que os nossos ensinamentos religiosos estão monossilábicos, quando deveriam ser múltiplos. Isto nos obriga a reconhecer que um único e mesmo ensinamento religioso não poderia satisfazer a uma mesma nação, e muito menos ao mundo inteiro. Se não existisse senão um ensinamento, muitos daqueles a quem se dirigisse escapariam totalmente à sua influência. O ensinamento apropriado aos homens de inteligência limitada, de moralidade rudimentar, de sentidos obtusos, os ajudaria e os favoreceria em sua evolução, porém não ajudaria esta mesma religião aos homens pertencentes à mesma nação, fazendo parte da mesma civilização, mas que apresentassem uma natureza moral viva e impressionável, uma inteligência brilhante e sutil, uma espiritualidade crescente. Mas, por outro lado, esta última classe precisa ser auxiliada; se a inteligência deve receber uma filosofia que possa admirar; se a delicadeza das percepções morais deve ser mais trabalhada ainda; se a natureza espiritual nascente deve poder, um dia, atingir sua plenitude luminosa, a religião deverá reunir uma espiritualidade, uma intelectualidade e moralidade tais que a sua predicação não possa afetar nem a razão, nem o coração dos homens a quem primeiro nos referimos; ela não apresentará para eles senão uma série de frases sem significação, incapazes de despertar sua inteligência adormecida ou de lhes apresentar um motivo elevado que permita noções morais mais puras¹. Eis porque precisamos de uma nova era e de um novo Cristo e, fundamentalmente, de uma nova Igreja, urgentíssimo.

– Mas isto é um acinte, uma verdadeira rebelião.

– Não se trata de rebelião, mas de uma verdade que o Vaticano não enxerga ou, pior se assim for, não quer enxergar. Ainda outra razão nos diz que o ensino deve permanecer esotérico no que se refere a certas verdades, às quais se aplica essencialmente a máxima: “Saber é poder”. A promulgação de uma filosofia profundamente intelectual, capaz de desenvolver espíritos já acima do comum e receber a adesão de altas individualidades, não pode prejudicar a ninguém. Esta filosofia pode ser difundida sem receio, porque não interessa aos ignorantes que dela se desviam por achá-la árida, difícil e sem interesse¹.

– Ora, ora, ora, eis que o nosso prezado Padre Alaor se considera o dono da salvação da Igreja Católica com todo este proselitismo.

– O senhor se refere à salvação da Igreja Católica. Por um acaso a carapuça serviu?

– Respeito, Padre, respeito – atalhou Bispo Ednando.

– Deixa estar, Bispo. Por que vive diariamente em companhia de Januário? Aliás, por que vive diariamente em companhia da família Mantiqueira?

– São fiéis que muito me auxiliam.

– Fale-me sobre a criança adotada de nome Asued.

– É uma criança como qualquer outra. Esta adoção foi uma verdadeira bênção para Dona Mabélia. Após a morte de Arnaldo, a depressão lhe dominava.

– É só isso o que tem a dizer sobre a criança?

– Uai, dizer mais o quê? É uma criança normal como qualquer outra.

– Padre, recentemente o senhor sofreu uma queda nas escadarias da igreja?

– Não devo classificar como queda. Foi apenas um tropeção.

– E não teve ferimento algum?

– Apenas um arranhão na testa. Levaram-me ao hospital por prudência, fiquei lá apenas alguns minutos.

– Apenas um arranhão? Não houve um ferimento que levou seis pontos?

– Nada disso, só um leve arranhão.

– Sim, só um leve arranhão. Mas como foi só um leve arranhão se não há um mínimo sinal? Qual é, Padre, mesmo o mínimo leve arranhão deixa uma mínima marca depois de totalmente cicatrizado. Aí não sua testa não há um único indício de arranhão.

– Sim, mais do que óbvio, por ter sido um mínimo e leve arranhão e nada mais do que um mínimo e leve arranhão. Vamos deixar este mínimo e leve arranhão que não deixou nem uma mínima marca e continuar a conversa?

– Hum, sei não! O senhor conhece um cidadão de nome Zé Limão?

– Coitado, um pobre alcoólatra.

– Pois saiba que este alcoólatra tem presenciado acontecimentos estranhos naquele distrito.

– Não devemos dar crédito a palavras de bêbados.

– Considera que tudo o que ele diz não passa de efeito etílico?

– O Zé Limão não diz coisa com coisa, como levar a sério?

– Pois ele afirma que viu tudo aquilo que vocês dizem não existir.

– Se ele viu, é um privilegiado.

– Viu um ser prateado curando o rapaz.

– É como eu disse, ele é um privilegiado.

– Em sua opinião não existe nada fora do normal naquele distrito? O povo de lá sempre foi sorridente como está sendo ultimamente?

– Acredito que estão procurando chifre em cabeça de porco.

– Não entendi.

– Quero dizer que a Vila do Córrego Dobrado segue sua rotina diária como sempre, sem novidades.

– Nenhuma luz azul aparecendo de vez em quando?

– As luzes azuis que surgiram foram aquelas relacionadas com o falecido Arnaldo e que todos aqui sabemos de onde vieram. De lá para cá, nada mais houve.

– Hum… Alguma consideração a fazer, Bispo?

– Não.

– Prezado Padre, muito obrigado pela paciência em responder às minhas perguntas. Foi um imenso prazer ter-lhe conhecido.

– Não tem de que, Eminência, o prazer foi meu. Responda-me: o senhor saiu lá da Itália vindo aqui unicamente para me fazer estas perguntas?

– Não, Padre, a minha missão oficial aqui, em primeiro lugar, foi acompanhar o Papa. Agora, é discutir com o Bispo assuntos referentes à Diocese. Apenas aproveitei a oportunidade para conhecê-lo e conversarmos sobre a Vila.

– Tudo bem, então. Que tenha um bom proveito e um bom dia. Um bom dia, Excelência.

– Até mais ver, Padre.

Tão logo o padre saiu, Bispo e Cardeal entraram em conjecturas.

– Foi dominado, certo? – perguntou o Bispo.

– Completamente. E não deixa de ser muito, mas muito interessante. Como eu gostaria de saber a tecnologia que aquela raça usa para hipnotizar pouco mais de 2000 pessoas ao mesmo tempo. Pois bem, eles estão aqui. Mas onde? Nenhuma agência espacial conseguiu mais detectar um único sinal sequer depois daquelas aparições de 14 de junho. A verdade é que um grande perigo ameaça o Vaticano.

– Não seria um risco para todo o planeta?

– Não acredito. Raciocine comigo. Com relação à tecnologia, estamos na idade da pedra em comparação com a deles. Eles têm poder para invadir o planeta e dominá-lo quando bem quiserem. Têm poder para explodir a Terra, se quiserem. Mas não o fazem. Mas não o fazem por quê? Eis a questão. Pelo menos por enquanto, parece que eles são de paz, graças a Deus. Se não querem invadir a Terra com armas, resolveram de outra forma. Uma tacada simplesmente genial. Resolveram atacar o lado fraco do ser humano, a crença. Trabalhando a mente nos contornos da crença, não tem como errarem. Fazendo-se passar por deuses, arregimentou um grupo de pessoas para, aos poucos, sem confrontos, gerar seres semelhantes a eles para dominar o planeta. Nisso somos obrigados a felicitá-los. Quanto a isso, isto é, quanto a este projeto de povoarem a terra, que as autoridades competentes se comprometam a resolver. O perigo que nos rodeia no momento é outro, totalmente outro. Mas, afinal de contas, onde estarão camufladas as suas naves?

– Se têm poderes para tal, por que eles não dominam logo todo o planeta?

– Acabei de explanar uma ideia. Mas há outro possível fator. De acordo com as informações sigilosas que chegaram a nós, ainda sem confirmação oficial, pois tudo ainda gira na base da hipótese, o problema crucial deles seria energia.

– Energia? Que seja, Torentino, mas acredito que o projeto deles de uma nova raça não é isenta de perigos como você bem afirma. Atente na tal nova era e no tal novo Cristo.

– Eu acredito que não há perigo para o planeta, isto é, deles o destruírem. Quanto à raça humana, sim, pois a tática dos alienígenas é fantástica. Estão usando a crença para dominar o mundo. Dizendo-se os novos deuses, aqueles que vieram aqui para substituir o Deus de Jesus Cristo, com certeza vão, aos poucos, enraizando nas mentes do povo que esta é a nova verdade. Afinal, Bispo, religião é o ópio do povo. Você sabe muito bem como é fácil subjugar o ser humano com as nossas verdades sobre a Bíblia. E fazem melhor ainda os tais crentes. E aquela criança? É uma genética de outro mundo, sem trocadilhos. Graças a Deus, Januário não é tão eficaz, pois, senão, se fosse desses espertos crentes de hoje, já teria usado mais vezes o colar para arrebanhar mais gente.

– Não seria uma tática dos extraterrestres, isto é, ir com calma para não alarmar muito? Talvez por isso o Januário não tenha usado tanto o colar. E outra coisa: por um acaso teriam estes alienígenas alguma relação com o nosso passado religioso?

– Você não deixa de ter razão quanto a ser uma tática deles. É nesta brecha que entra aqueles dados sigilosos que, repito, ainda não foram confirmados. Você questiona o porquê os alienígenas não dominam logo todo o planeta. As hipóteses indicam que seja por causa de energia. Preste atenção, Ednando, eles estão aqui, mas ninguém detecta as suas bases. Será por quê? Uma explicação bastante plausível é que tenham uma tecnologia para ficarem invisíveis, tipo um escudo protetor. Este escudo tem que ficar ativado 24 horas por dia, direto. Deve consumir muita energia, assim como dever consumir muita energia a tecnologia que usam para hipnotizar o povo da Vila. Diga lá, qual o motivo que os levaram a Netuno? Podemos acreditar que tiveram um motivo muito sério, quem sabe, para buscar a tal energia. Quanto ao legado religioso do passado estar relacionado com estes fenômenos, sabe-se lá, meu prezado, sabe-se lá. O Vaticano tem tanto documento guardado a sete chaves que só o Papa e os mais chegados tem acesso que tudo é possível. Mas isso não vem ao caso, deixa estar. Prossigamos.

– Será que a ida a Netuno teve realmente por objetivo a busca de alternativas de combustível? Mas por que tão longe? Eles já não faziam isso aqui na Terra?

– Perfeitamente, meu prezado, eles faziam isso aqui na Terra. Mas foram detectados. Ao terem sido detectados, não puderam se abastecer aqui ao mesmo tempo em que dirigiam o projeto deles. Por isso, o que fizeram? Deram um tempo e foram até Netuno. Provavelmente eles conhecem muito bem a nossa Via Láctea e sabem perfeitamente que em Netuno existe em abundância o precioso combustível que eles precisam, sabendo-se lá que tipo de combustível é esse.

– Tudo bem, Torentino, eles foram a Netuno e abasteceram a nave ou as naves. Então, se estão com os tanques cheios, por que então não dominam logo todo o planeta?

– Ainda na base da hipótese, imaginemos que lá em Netuno tenha sido instalada uma base de mineração para eles processarem a energia. Urânio? Quem sabe. Pois bem, por lá deve ter ficado uma base para tal fim. Uma das naves, então, voltou à Terra para dar continuidade ao projeto, podendo usar o escudo invisível mas sem poderem usar a energia em todo o planeta por ser insuficiente. Usam-na, então, pelo menos por enquanto, só na Vila. Enquanto isso, a usina de Netuno vai de vento em popa. Enquanto isso, vão disseminando, de acordo com as possibilidades, a nova crença. Daqui a não sei quantos anos, dizem as hipóteses, todas aquelas naves que estão em Netuno virão para cá. Aí, prezado Bispo, de acordo com as tais hipóteses, todo o planeta será dominado.

– Incluindo o Vaticano, evidente.

– O risco ao Vaticano é para agora, hoje. Vamos imaginar que chegue outra nave. Com isso eles dobram o poder de conversão das pessoas. Lembre-se que 90% da população da Vila era constituída por católicos. Se eles forem mais agressivos além do distrito, iremos perder muitos adeptos em pouco tempo. Tudo bem que não seremos as únicas igrejas prejudicadas. Quanto às outras, pouco me importa, até me regozijo. O negócio é que estamos em perigo, muito perigo, e isso está deixando o Papa de cabelos em pé.

– E quanto à NASA e a Agência Espacial Russa?

– Nossos informantes estão de olho vivo para nos repassarem todos os dados. Deus queira que eles descubram, urgentemente, onde raios estão escondidos os alienígenas. Há outra situação preocupante: o mercado negro.

– Bem lembrado. Sabemos o que muito milionário inescrupuloso faria para se apossar do colar.

– O que coloca em risco a família. E teria sentido o sequestro da criança.

– Todo sentido. Tomara que não nos envolva publicamente. Seria péssima para o Vaticano a relação entre nós e qualquer acidente com aquela família. Já bastam as suspeitas por causa do Arnaldo.

– O que faremos com o Padre?

– Por enquanto, nada. O Papa vai tomar a decisão depois de ler o nosso relatório. Se fosse eu, tomava-lhe a batina imediatamente. Pelo menos não seria um autêntico padre falando de outros deuses.

– Então só nos resta aguardar a decisão do Papa?

– Vamos agora fazer um relatório completo sobre tudo. Procuremos não esquecer de nenhum detalhe.

* 1: Do livro O Cristianismo Esotérico, de Annie Besant.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Desenho e montagem de Eitel Teixeira Dannemann.

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