PAZOLIANA − CAPÍTULO 3: É PRECISO UMA VERSÃO

Postado por e arquivado em CANTINHO LITERÁRIO DO EITEL.

“Aquilo que vemos, depende basicamente do que procuramos ver”. (John Lubbock – 1834-1913)

Não faltaram mexericos para a população da então serena e pacata Vila do Córrego Dobrado na missa da manhã e no transcorrer daquele domingo de 03 de março de 1974. Mexericos estes que já deviam estar a caminho de Pico da Glória e que, tranquilamente, seguiriam a caminho para a capital e depois se espalhariam pelo país. Todos comentavam sobre o clarão da noite anterior, a febre do Januário, as palavras do padre sobre o aviso de Deus, o homem prateado que só os Mantiqueira viram e o colar do Arnaldo que acende uma luz na bolinha azul. Já era de tardezinha. Enquanto todos trocavam suas ideias a respeito dos assuntos em questão, Padre Alaor recebia a visita de Januário. Sentaram-se bem em frente ao altar da igreja. Todas as portas estavam fechadas e por isso ninguém os ouvia.

– Januário, que negócio é esse de você ter visto Deus?

– Uai, quem falou isso? Só nós lá de casa sabemos.

– Meu rapaz, nesta pequena cidade se sabe de tudo. Você e seu pai estavam no alpendre conversando e depois chegaram a sua mãe e suas irmãs. Vocês cinco falavam tão alto que chamavam a atenção de todos que passavam à frente da casa, por isso a cidade inteira sabe de tudo e passou o dia comentando.

– E isso é ruim, padre?

– Teria sido melhor se ficasse só entre vocês, mas deixa isso pra lá. Diga-me o que aconteceu.

– Padre, eu não sei o que aconteceu comigo. Mamãe falou que eu desmaiei durante o clarão de ontem à noite e me atacou uma febre alta que o doutor não conseguiu abaixar. Só me lembro de ter visto Deus me tocar e dizer umas palavras, aí me levantei sentindo-me muito bem.

– Menino, presta atenção, não existe essa de falar pessoalmente com Deus.

– Como assim Padre, o senhor mesmo nos orienta a conversar com Deus em orações. Para dizer a verdade, eu não falei com Ele, foi Ele que me disse algo.

– Isso, filho, conversar com Deus é somente através de orações, e assim mesmo nunca diretamente com Ele. Você só alcança as graças através de seu único filho, Jesus Cristo, que deu a vida para nos salvar. Mas, afinal, o que Ele lhe disse, quer dizer, o que disse esta pessoa que você acredita ser Deus?

– Mas eu vi que era Ele.

– Juízo, garoto, pois nenhum ser humano viu a face de Deus. O seu pai falou num tal homem prateado. Não teria sido este homem prateado que lhe visitou?

– Padre, posso não ter visto Deus como Ele é realmente, mas tenho certeza que foi Ele que me tocou. Ele estava vestido com uma roupa prateada.

– Baseado em que você afirma isso? Diga-me o que o homem prateado lhe disse.

– Não sei, só sei que foi Ele e pronto. Ele me tocou, eu sarei e então se afastou, ficando no meio do quarto. Aí Ele me disse: conto contigo! Depois simplesmente desapareceu.

– Peraí, peraí, deixa eu entender direitinho. O homem te tocou, você acordou curado, ele te falou conto contigo e depois simplesmente desapareceu?

– Foi exatamente assim, padre. Por que Ele me disse aquilo?

– Não tenho a mínima ideia, meu rapaz. É muito estranho. Talvez tenha sido um sonho. Sim, é claro, está explicado. Você sonhou com o homem prateado lhe curando, lhe falando e depois sumindo. Aí, quando acordou, a primeira coisa que lhe veio à mente foi o sonho. É isso, Januário, você teve um sonho, apenas um sonho.

– De jeito nenhum, padre, a coisa foi real mesmo, tão real que o meu pai também o viu. Como o senhor explica isso?

– Ora, muito fácil. Pelo que eu fiquei sabendo, quando você chegou ao alpendre o Arnaldo também estava dormindo. Então? Coincidentemente, ele sonhou com o homem prateado. Aí, quando você o acordou, a primeira coisa que ele lembrou foi o tal homem. Simples, certo?

– Sei não, padre, a coisa foi real demais, eu vi mesmo o homem prateado, assim como o meu pai, e para mim ele era Deus. A imagem Dele me falando e depois desaparecendo na minha frente foi tão nítida que jamais poderia ter sido um sonho.

– É complicado, meu rapaz, é complicado. Como foi a história do colar? Ah, conte-me também sobre a viagem de seu pai.

– Sobre o colar, nem o papai sabe explicar, só reparou nele porque a mamãe viu. Ontem ele saiu de manhazinha a cavalo para ir a uma fazenda que fica no outro lado da serra, lá no Pontal das Maritacas. Voltou hoje de manhã com o colar sem saber como foi parar no seu pescoço.

– Ouvi dizer também que o colar tem uma esfera parecendo uma bolinha de gude e que de vez em quando ela acende. É verdade?

– É, e toda a vez que o papai olha para ela fica nervoso e lhe vem à mente um monte de imagens que não consegue compreender. Será que o colar foi um presente de Deus?

– Garoto, pare com isso, o que tem Deus a ver com um colar de bolinha azul que acende?

– Não sei, padre, só sei que o colar é muito estranho.

– Volta pra casa agora e fique por lá descansando. Peço-te, por favor, que não comente com ninguém sobre os acontecimentos, ok?

– Por que, Padre Alaor? O senhor mesmo falou a todos que o clarão foi um sinal de Deus.

– É muito complicado para explicar por enquanto, meu rapaz. Faça o que eu te peço, por favor.

– Mas padre, não é um milagre e uma honra ter estado frente a frente com Deus?

– Por favor, Januário, faça o que lhe peço, fique em silêncio por enquanto, pois pode provocar tumulto na população.

– Isso não seria bom para a população?

– Sim, seria, mas não é adequado que isso se espalhe pela Vila, pois todos vão querer falar com Deus e aí vai ser uma confusão danada. Sabe, Januário, Deus anda tão ocupado que não tem tempo para atender a todos de uma vez só. Por isso, fique em silêncio e deixe que eu ajeite as coisas, aos poucos o povo vai ficar sabendo que Deus falou contigo. Assim, dá tempo para Ele atender a todos, certo?

– Tudo bem, então, padre.

– Ótimo, então estamos combinados, se alguém lhe perguntar diga para vir conversar comigo, certo?

– Combinado, padre.

– Ótimo, agora vá.

Padre Alaor ficou agitado, para não dizer assustado ao extremo. Perigo à vista, pensou com seus botões. Esta história esdrúxula poderia colocar em risco a sua jurisprudência religiosa. Afinal, em assuntos relacionados a Deus, ele, e somente ele, era o responsável pela verdade. A partir do momento em que o caso daquela família se espalhasse para fora da Vila poderia ser o início de um movimento perigoso, daqueles onde se cria uma áurea divina sobre determinada pessoa. Não seria nada positivo, pois as histórias antigas são repletas de casos semelhantes. Geralmente começa com um indivíduo que afirma ter visto Deus, Jesus, a Virgem Maria e por aí vai. A partir daí, acontecimentos misteriosos criados pela imaginação se ligam a esta pessoa, que a cada dia é vista pelo povo como um enviado de Deus. Até que uma manifestação de crença se estabelece e transforma o indivíduo num santo milagreiro. Multidões passam a visitar o local e o caos se estabelece. Januário afirma ter visto Deus e ainda por cima que Ele lhe pronunciou algumas palavras. Seu pai apareceu com um colar com uma bolinha azul resplandecente que mexe com seus miolos. Para tornar o clima mais apocalíptico, houve aquele grande clarão. Como explicar as luzes terem se apagado? Como explicar a febre estranha de Januário e sua repentina debelação? Como explicar o colar do Arnaldo? Estava pesada a cabeça do padre naquele momento e se arrependeu amargamente de ter dito ao povo que era um aviso de Deus. No momento imaginou que, dizendo aquelas palavras, poderia sensibilizar o seu rebanho. Mas a coisa poderá tomar um rumo inesperado. Precisava examinar o tal colar. Ele tinha certeza absoluta de que tudo não passava de histerismo por parte daquela família, talvez até combinado entre eles para chamar a atenção e brincar com a crença dos outros. Ou será que não? Afinal, que interesse teria Arnaldo e os seus para brincar com o sentimento religioso das pessoas da Vila? Logo Arnaldo, um pai de família exemplar e extremamente cristão. Assim, com mil pensamentos na cabeça, Padre Alaor resolveu chamar os ajudantes para prepararem a missa das sete da noite.  Nisso, ouviu fortes batidas na porta lateral da igreja. Os últimos raios solares do domingo desapareciam por detrás das altas montanhas que cercavam a pequena vila.

– Padre, padre, o senhor está aí?

O padre abriu a porta e se deparou com Dona Maricota e mais seis das mais devotas auxiliares.

– Padre Alaor, sua bênção. A notícia chegou em Pico da Glória, foi dito na rádio agorinha mesmo.

– Que notícia?

– Tudo, padre, tudo. Foi dito sobre o clarão, sobre Januário ter visto Deus, sobre o colar do Arnaldo com a luz azul, sobre o homem prateado. Tudo, padre, tudo. Será a glória da nossa Vila. Nossa Vila vai ser conhecida como milagrosa e…

– Você tem certeza disso?

– Acabamos de ouvir. Além do mais eles informaram que vem uma equipe de jornalistas aqui amanhã para entrevistar a população.

– Oh meu Deus, é o caos, vão embora, pelo amor de Deus.

– Mas padre, a gente queria ajudar. E a missa das sete? Queremos ajudar e…

– Não precisam, já está tudo arrumado. Na próxima chamo vocês. Até mais.

Padre Alaor praticamente expulsou as dedicadas religiosas e bateu com força a porta. Não esperava que tão cedo aquilo que temia acontecesse. Precisava urgentemente ir a Pico da Glória para uma conversa séria com o bispo, que, com certeza, já estava a par da situação. Mal ruminou estes pensamentos e novas batidas na porta. Imaginando que as beatas ainda estivessem por lá, abriu-a violentamente para expulsá-las, mas, surpresa, se deparou com o bispo, sozinho, com cara de poucos amigos.

Na Vila, não eram muitos os possuidores de aparelhos de TV. Todos, sem exceção, com imagens em preto e branco, pois a colorida custava os olhos da cara. Os privilegiados estavam se divertindo à beça com o programa A Família Trapo (Ronald Golias, Renata Fronzi, Otelo Zeloni, Jô Soares, Cidinha Campos e Ricardo Corte Real) quando uma chamada urgente avisou que viria uma triste notícia acontecida naquele dia: um avião McDonnell Douglas DC-10 da Turkish Airlines, voo 981, caiu em uma floresta a nordeste de Paris, com 346 pessoas a bordo. O destino era Londres, mas o avião acidentou-se pouco depois da decolagem de Orly, devido à danos causados pela abertura da porta do compartimento de carga. Todos morreram, e o acidente foi o pior da história até aquele ano. O copiloto assustou o mundo quando da abertura da caixa-preta pode-se ouvi-lo assoviando um jingle comercial muito popular na Turquia momentos antes do fim. Esta triste notícia o Padre Alaor só saberia mais tarde, pois naquele exato momento estava recebendo o Bispo Ednando.

– Posso entrar?

– Bispo Ednando, que surpresa, sua bênção. Será uma honra para toda a população da Vila do Córrego Dobrado a sua presença na missa das sete. O senhor veio sozinho?

– Sim, vim sozinho e não para participar da missa das sete. O assunto é sério, meu irmão, muito sério.

– Bispo Ednando estava inquieto. Andava de um lado a outro, resmungando frases desconexas. Padre Alaor estava reservado, esperando que o bispo iniciasse o diálogo. Pediu licença e foi ordenar aos seus auxiliares que, sozinhos, preparassem a missa. Voltando à sala, abruptamente o bispo se dirigiu a ele.

– Padre Alaor, você tem feito um bom trabalho pastoral em Vila do Córrego Dobrado. Reconhecemos os seus méritos. Quando chegaram aos meus ouvidos a notícia de que você havia associado a queda de um meteoro a um aviso de Deus, fiquei pasmo. Venhamos e convenhamos, o seu comportamento não foi adequado. Temos que ter muito cuidado, mas muito cuidado mesmo, com estes fenômenos atmosféricos e, principalmente, com certos desvios mentais.

– Eu apenas disse que era um aviso de Deus, concordo que não deveria ter falado nada e direcionado o acontecimento para simplesmente um fenômeno meteorológico. O que o senhor quis dizer com certos desvios mentais?

– Nada a ver contigo, padre. Eu me refiro ao folclore criado em cima de pessoas mentalmente perturbadas e que o povo diz que é possessão do demônio. Lembra-se daquela adolescente há quatro ou cinco anos? Pois é, estavam até querendo fazer exorcismo, e a coisa nada mais era do que vício por cocaína. No caso da Vila, acho bom você concordar que falou demais.

– Todos esperavam uma explicação para o fenômeno. O povo da Vila é um pouco bronco e não tem noção desse negócio de fenômeno espacial. Sei lá, naquele momento acreditei que dizendo aquilo poderia assustá-los no tocante ao temor a Deus.

– Que a ciência desse a explicação, e não você alardear que foi um aviso de Deus. Aviso de que? O que Deus queria avisar? Você acha que Deus vai perder tempo com um fim de mundo como esse? Pois bem, agora você vai ter que providenciar o motivo que levou Deus a enviar aos broncos, como acabou de definir o povo da Vila, o tal do aviso. Diga o que vai fazer?

– Sei lá Bispo, como eu disse, o povo da Vila é muito temente a Deus. Eu pretendi…

– Pretendeu que todos acreditassem que Deus enviou aquele clarão como pretexto para um aviso. Repito a pergunta: aviso de que?

– Não sei Bispo, eu imaginei…

– Imaginou besteira, pois agora o povo vai te pressionar para saber qual foi o aviso de Deus. Padre, tenha mais cuidado, eu já te falei que o Papa não quer que estas particularidades da atmosfera sejam relacionadas com Deus, isso já foi usado deveras pela Igreja. Noutros tempos, quando mandávamos e desmandávamos, quando fazíamos desaparecer qualquer um que nos fosse contrário, tudo bem. No tempo em que moldávamos a História a nosso favor como bem queríamos, tudo bem. A época das cruzadas, das bruxas e das fogueiras se foi e hoje os tempos são outros, e concorrentes estão aí nos nossos calcanhares como peixe em busca de água. O Papa quer mais realidade, menos invencionice e, principalmente, nenhum fato vindo do espaço relacionado a Deus, certo?

– É, sou obrigado a concordar com o senhor. No caso em questão, posso dizer que…

– Pode dizer? Você está querendo me dizer que vai inventar uma historinha qualquer para satisfazer o povo? Vai criar uma historinha, fazer uma historinha? Que é isso, padre. Não, de maneira alguma, nem eu e nem o Papa, principalmente, concordamos com isso. Nada de mais mentiras, nada de mais histórias. Já estamos atolados em mentiras que, graças a nem sei quem, estamos conseguindo mantê-las como verdades.

– Então, o que vou dizer? Sim, pois agora tenho que satisfazer a curiosidade do povo. Se eu ficar calado, perco a credibilidade.

– Dá vontade de te mandar se virar com isso, mas vou te ajudar. Diga ao simpático e ordeiro povo besta da Vila que você ainda não conseguiu decifrar qual foi o tal aviso que Deus enviou através daquele fenômeno, mas que está tentando descobrir. Insista com eles até convencê-los que foi a queda de um meteoro, e que a queda foi o tal aviso que você vai tentar decifrar. Com isso, o tempo passa e logo aqueles bocós esquecem. Agora me diga que raios de homem prateado é este que apareceu por aqui.

– É um tremendo dum enigma, assim como foi o clarão. Um cidadão afirma que viu e seu filho jura que ele é Deus. O que posso fazer?

– Podia ter feito muita coisa se tivesse agido com sapiência. Ou vais acreditar nesta babaquice de uns indivíduos broncos desse lugar? Poderia ter dito, por exemplo, que descargas elétricas do fenômeno meteorológico deixaram algumas pessoas delirando e acabaram vendo coisas que só existiam na imaginação. Agora a coisa vai feder quando chegarem repórteres loucos por sensacionalismo para criarem uma história. Sabes muito bem que o Vaticano já está incomodado com a perda de milhares de católicos a cada ano. Se não manejarmos este caso com inteligência, guarde o que lhe digo, vão sobrar farpas para nós dois.

– Excelência, posso ser mesmo sincero?

– Por um acaso não estais sendo?

– É modo de dizer. O tal fenômeno foi estranho pra caramba. O senhor sabe muito bem que estudei Astronomia. Eu nunca havia presenciado uma coisa como aquele clarão. Não parecia um fenômeno rotineiro da natureza como queda de meteoro. Por quê? Simplesmente porque meteoros não sobem, certo? Onde já se viu um meteoro cair e depois subir com o mesmo risco luminoso no céu? Ora, excelência, pondere sobre isso.

– Como é que é?

– É como eu disse, foi diferente, tudo diferente. A luz azul era muito intensa, tão intensa que parecia dia. Todas as luzes da cidade se apagaram. Quando tudo voltou ao normal, aquele adolescente ficou febril e não teve jeito de lhe abaixar a febre. O tal homem prateado? Pois é, o rapaz disse que ele lhe curou e que era Deus e ainda por cima lhe disse que contava com ele. Mas contava com ele para que? E o tal colar do pai dele? Depois, houve um rastro de luz azul no céu, como se fosse um objeto indo em direção ao espaço. Oh! Bispo, é tudo muito estranho.

– Tudo bem, tudo bem, não vamos nos preocupar com isso no momento, pois o Vaticano já está estudando o assunto. O senhor tem que se inteirar em acalmar o povo com aquele subterfúgio. Só isso.

– Como assim, Bispo, subterfúgio? Desculpe, mas o senhor fala em subterfúgio depois do que me disse sobre história, mentiras e verdades? É uma baita duma contradição, não acha?

– Pelo amor de Deus, não leve tudo ao pé da letra, vamos parar com esta conversa fiada sobre história porque o meu tempo está curto, fui muito bem claro ou vou ter que repetir? Voltemos ao que interessa. Onde eu estava? Hum… sim, eu preciso falar da NASA. Pois bem, nossa equipe tem contatos na NASA e você sabe muito bem disso, não sabe?

– Sim, tenho ciência. Mas o que a NASA tem a ver com a nossa conversa?

– Eles estão buscando informações a respeito do fenômeno.

– Bispo, tem coisa séria aí, não tem?

– Muito séria.

– Tipo?

– Por enquanto, nada posso afirmar, a instrução que tenho é para você tirar da cabeça do povo a ideia da participação direta de Deus no fenômeno. Convença-os que foi apenas a queda de um meteoro. O Vaticano não quer, em hipótese alguma, que este local se transforme em ponto de referência religiosa. Será sua missão impedir que os repórteres voltem para suas redações com a ideia de manifestação divina. Será sua função também acalmar esta família. Faça o que lhe determinei e ponto final. Dentro em breve voltarei com novas orientações. Até breve e seja eficiente.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Desenho e montagem de Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe