DIROFILARIOSE

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A Dirofilariose Canina, também conhecida como verme do coração, é uma doença causada pelo verme Dirofilaria immitis. É transmitida através da picada de mosquitos infectados com as larvas da dirofilária. As larvas se transformam no verme adulto enquanto migram para o coração e artéria pulmonar do cão. No homem, a apresentação mais comum da doença é um nódulo pulmonar que pode ser diagnosticado erradamente como câncer de pulmão. É mais freqüente em cidades litorâneas e de clima quente, porém muitos casos têm sido diagnosticados em regiões interioranas e longe da costa. A melhor maneira de evitar a doença é através de um esquema preventivo de tratamento. Existem drogas que matam as pequenas larvas, impedindo que a doença se desenvolva.

As fêmeas dos mosquitos servem como hospedeiros intermediários quando ingerem o sangue de um cão infectado contendo larvas de dirofilaria em seu primeiro estágio (L1). No mosquito as larvas evoluem para L2 e, posteriormente para L3, que é a forma infectante. Quando o mosquito pica um animal para se alimentar, as larvas L3 são depositadas, junto com a saliva, na pele do mesmo. Estas larvas penetram no tecido subcutâneo e aí permanecem por, aproximadamente, dois meses evoluindo para larvas L4 que penetram na circulação sanguínea e eventualmente na circulação linfática. À medida que migram na circulação sanguínea para o coração passam à larvas de quinto estágio ou adultos jovens, as quais se localizam nas pequenas artérias pulmonares. A gravidade da moléstia varia conforme o número de vermes adultos que o cão abriga, podendo variar de 1 até 250. Assim, localizam-se nas artérias pulmonares caudais em infecções com baixo número de adultos. Com o aumento do número de adultos podem ocupar o ventrículo direito, átrio direito e veia cava cranial caracterizando os casos mais graves.

A dirofilariose possui distribuição mundial, sendo endêmica na maioria das zonas de clima tropical, subtropical e temperado, áreas favoráveis ao desenvolvimento dos hospedeiros intermediários. No Brasil, a prevalência da infecção varia de 0,9% em Botucatu, São Paulo a 52,46% na região dos lagos, Rio de Janeiro com uma média nacional de 10,17%. A incidência é mais freqüente em cidades litorâneas e de clima quente, porém muitos casos têm sido diagnosticados em regiões interioranas e longe da costa. Um exemplo de contaminação de cão do interior é quando ele é levado pelo proprietário em viagem de turismo à praia. Pode acontecer, então, do cão voltar ao interior contaminado, desenvolver a doença e ser hospedeiro para mosquitos que se contaminarão e estes contaminarão outros cães.

Normalmente os animais sem raça definida são acolhidos pela população de baixa renda devido à sua rusticidade, maior resistência em relação a doenças infecciosas e parasitárias, menor exigência de espaço para abrigo e menor exigência alimentar. Os cães de porte grande e os que ficam ao ar livre têm maior risco do que os que vivem dentro das casas. O comprimento do pêlo não influencia muito no risco de infecção. Os principais sinais clínicos na fase moderada da doença incluem intolerância a exercícios físicos, tosse crônica, queda do apetite e perda de peso progressiva. Já a fase grave compreende características como respiração acelerada, falência congestiva do lado direito do coração, barriga d’água, aumento de volume do baço e fígado, edema subcutâneo, tromboembolismo pulmonar e problemas de circulação na veia cava.

A dirofilariose é uma zoonose. Nos seres humanos, a Dirofilaria immitis é geralmente encontrada em forma imatura no interior de nódulos localizados nos pulmões, sendo freqüentemente confundido com neoplasia. Os parasitas normalmente passam para a fase adulta e as formas imaturas que morrem no coração são carregadas para os pulmões pela artéria pulmonar, podendo assim produzir nódulos ou sintomas de tromboembolismo, causando a doença. Também foram descritas localizações em cavidade abdominal, coração e veia cava anterior, cordões espermáticos e fígado.

A doença é de difícil diagnóstico clínico, pois pode ser assintomática ou apresentar alguns sintomas comuns a muitas patologias. Quando a doença é diagnosticada num teste de triagem de rotina, cães com doenças ocultas ou que não foram testados rotineiramente são mais propensos a sinais clínicos e doença arterial pulmonar avançada. No diagnóstico clínico dos cães sintomáticos costuma-se observar dificuldade de respirar ao caminhar, fadiga, desmaio, tosse, hemorragia pulmonar que sai pela boca e narinas, respirações entrecortadas, perda de peso ou sinais de insuficiência cardíaca congestiva direita. Em alguns casos, é relatada alteração ou perda do latido. No estado avançado da doença observa-se a má condição corpórea, aceleração da respiração ou até dificuldade de respirar, distensão da veia jugular, barriga d’água, insuficiência cardíaca congestiva direita, sons pulmonares anormais ou aumentados.

Na relação sintomas – gravidade da doença, quanto mais tarde se levar o animal ao Médico Veterinário maiores às chances de óbito. Isto que dizer o seguinte: se há suspeita, não se deve perder tempo para o animal ser medicado.

A medicação preventiva é recomendada para animais em áreas endêmicas. A droga ivermectina é completamente eficaz contra os estágios de desenvolvimento da larva, assim como de várias espécies de ancilóstomos. Ela tem ampla margem de segurança em filhotes de gatos com 6 semanas ou mais e em gatos com infecções patentes. A milbemicina-oxima também é eficaz. Não foram descritos efeitos adversos com a utilização mensal do agente preventivo. É certo que a prevenção desta afecção está relacionada na dependência do controle ou eliminação dos seus hospedeiros intermediários.

* Fonte: Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça, em texto de Julio Cesar Nagashima, Maria Francisca Neves e Vanessa Zappa.

* Foto 1: Tudosobrecachorros.com.

* Foto 2: Dicaspeludas.blogspot.

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