TETRA NEON CARDINAL

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Descoberto por Hebert R. Axelrod na década de 1950, o Tetra Neon Cardinal (Paracheirodon axelrodi) é um dos peixes ornamentais mais conhecidos e utilizados no aquarísmo. Pertence à família Characidae, que é a mais complexa e numerosa da Ordem Characiformes. Possui como característica principal a faixa neon, que percorre seu corpo horizontalmente e termina na base da nadadeira adiposa, e o ventre vermelho. É de origem sul americana e está amplamente distribuído desde o Orinoco (Venezuela), pelo Rio Vaupes e o norte e leste do Rio Negro até o noroeste da Colômbia.

Vive em águas ácidas, cujo pH pode ser até menor que 4.0, quentes, moles e na maior parte escuras. O macho possui o ventre magro, retilíneo e apresenta uma pequena modificação no primeiro raio da nadadeira anal que se assemelha ao formato de um gancho ou anzol. A fêmea é maior e possui o ventre volumoso, roliço, principalmente em época de desova. Podendo atingir cerca de 5 cm quando adultos, são peixes de cardume, pacíficos, nadam à meia água e no fundo do aquário. Na natureza se alimenta de micros crustáceos e larvas de quironomídeos (Chironomidae, Diptera), enquanto a ingestão de algas é pouco frequente. Como são onívoros acabam comendo de tudo, então é importante acrescentar alimento vivo à sua dieta pelo menos uma vez por semana como, por exemplo, daphnias, artêmias, enquitréias e larvas de mosquitos.

É uma espécie ovípara, são considerados disseminadores livres, pois a fêmea libera os ovos na água e o macho nada em volta fertilizando-os. Os ovos eclodem em 19 a 20 horas quando mantidos em temperatura entre 25 e 27ºC. Após três ou quatro dias da eclosão os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a nadar. O alevino possui uma glândula adesiva grande no topo da cabeça que o ajuda a se prender no substrato ou nas folhas de plantas. Isso evita que sejam arrastados pela correnteza e se dispersem ficando desprotegidos e tendo como consequência a morte por predação. Não há cuidado parental e a partir do momento em que os filhotes apresentam nado livre já estão em condições de receber alimentos específicos, como náuplios de artêmia. Os filhotes só começam a apresentar as cores características da espécie com aproximadamente duas semanas de vida. Recomenda-se usar filtro interno de espuma ou então colocar perlon na entrada de água do filtro externo para evitar sugar os filhotes quando em aquários próprios para reprodução. A partir de 6 meses de idade e pouco mais de 2 cm de comprimento, já estão aptos à reprodução.

A melhor faixa de pH para mantê-lo em aquários vai de 5.0 a 6.6, dureza da água o mais baixa possível e temperatura sempre acima dos 26°C. A iluminação não deve ser muito forte, ou então, se puder, manter plantas de superfície para criar algumas áreas com mais sombra. Não que a iluminação forte dos plantados chegue a afetá-lo, mas se quer que ele se sinta mais confortável é melhor uma intensidade menor. Em relação ao tamanho do aquário, quanto maior melhor, mas a partir de 50 litros já comporta um pequeno cardume. O ideal é parecer com um pequeno igarapé com água quente, ácida, mole, escura, cheio de galhos/troncos, folhas caídas pelo substrato e fundo de areia. São peixes de cardume, se não lhes é dada esta condição, podem se isolar e parar de comer.

O principal problema sanitário é a chamada Doença do Tetra Neon Cardinal, causada pelo esporozoário Pleistophora hyphessobryconis. É uma doença conhecida por sua rápida infestação e alta taxa de mortalidade, e até hoje não se conhece uma cura para ela. Alguns sintomas: agitação; o peixe começa a perder a coloração e apresenta dificuldade para nadar; em casos avançados a espinha dorsal do peixe pode se tornar curvada; podem aparecer infecções secundárias como nadadeiras roídas.  Qualquer peixe que apresente estes sintomas deve ser separado dos demais e colocado em outro aquário para que um especialista confirme ou não o diagnóstico e faça a recomendações necessárias.

É comum ocorrer confusão entre esta espécie e outras semelhantes também chamadas popularmente de Neon. Os mais parecidos são o Neon Verde (Paracheirodon simulans) e o Neon Verdadeiro (Paracheirodon innesi). O Neon Verde é menor que o Cardinal e sua faixa neon passa pela nadadeira adiposa e vai até o pedúnculo caudal. Já o Neon Verdadeiro o ventre vermelho começa na nadadeira anal e vai até o pedúnculo caudal. Além destas duas espécies, outras também possuem o nome popular de Neon, mas apresentam diferenças bem mais contrastantes referentes à cor. São elas o Neon Chocolate (Hyphessobrycon vilmae) e o Neon Negro (Hyphessobrycon herbertaxelrodi).

* Fonte: Aquahobby.com.

* Foto: Toptropicalfish.com.br.

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