TEXTO: JORNAL O TABLÓIDE (1996)
Você, que mora na cidade e se julga devidamente informado sobre as coisas locais, sabia que a Escola Agrícola, situada logo ali, depois do bairro Sebastião Amorim, tem 161 alunos oriundos de vários estados brasileiros, como Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e também Minas Gerais, sendo que 84 deles vivem em regime de internato e 77 em semi-internato? Você, que se considera um cidadão esclarecido, tinha conhecimento de que esses estudantes matriculados no curso de Técnico Agropecuário, que tem duração de três anos e equivale ao 2.º grau, participam de um programa de aprendizado técnico e formação profissional que deveria ser divulgado e difundido como exemplo em todos os lugares onde alguém ensina a alguém alguma coisa?
Pois saiba, então, que a Escola Agrícola, criada em 18/04/1989, é uma das raras escolas com vinculação ao setor público que pode ser considerada como praticamente auto-sustentável, graças ao esforço, abnegação e trabalho das antigas diretoras e da atual, Odite Moreira da Mota e Silva, dos seus 23 professores, todos com diploma de 3.º grau, dos 17 funcionários e 161 aprendizes da tecnologia que ensina a plantar, criar e produzir alimentos para todos nós, que nem ao menos desconfiamos de sua existência e extrema competência. Pois eles produzem, e de tudo, desde culturas anuais, como milho, feijão, soja, arroz, café e inhame, passando por viveiros de mudas, horticultura, apicultura, minhocultura, avicultura de corte e postura e criação de bovinos e suínos. Tratam de si próprios, alimentando-se com o que produzem e vendem o excedente para obtenção de recursos destinados a outros gastos necessários e indispensáveis.
Verdade que os professores são pagos pelo poder público, que a Prefeitura Municipal colabora com combustível e funcionários, mas você já ouviu falar de alguma escola onde professores, servidores e alunos trabalham não porque são obrigados, mas porque isso faz parte de uma metodologia que ensina ao homem a noção exata do valor de sua atividade produtora? Por isso as empresas particulares colaboram, e até mesmo as ligadas à área do governo. Convênios e parcerias são mantidos com Agroceres e Ribeiral (133 horas de estágio por aluno), Matra, Bayer, Sindicato Rural, Senar, Sebrae-MG e Sesiminas, com a finalidade de ensinar mais e melhor, seja através de pesquisas em soja e feijão, participação em concurso de produtividade e outras atividades ligadas ao setor.
No próximo mês de setembro, de 2 a 6, será comemorada a Semana do Técnico, oportunidade em que serão realizadas palestras e exposições feitos pelos alunos. Aproveite e vá conferir. É quase certo que você saia de lá entusiasmado com o trabalho desenvolvido pela nossa Escola Agrícola, modelar estabelecimento de ensino patense. Conheça-o e orgulhe-se dele.
* Fonte e foto: Texto publicado com o título “A Modelar Escola Agrícola” na edição n.º 4 de 15 de junho de 1996 do jornal O Tablóide, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.