TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1982)
Há quase trinta anos o povo patense vem aguardando ansioso pela criação de uma escola agrícola para servir a uma vasta região.
No final de 1980 e princípio de 1981, uma nova arrancada foi dada neste sentido, quando o Conselho Patense de Defesa da Comunidade resolveu retomar o trabalho, em uma reunião coordenada pelo Dr. Arlindo Porto Neto, então presidente do Lions Clube.
Naquela época, O Secretário da Política (Epa! desculpem-me, da Agricultura) Dr. Geraldo Renaut, estava muito “amigo” de Patos e veio várias vezes aqui por estas bandas, comprometendo-se a participar efetivamente da criação daquela escola. (As fitas gravadas com suas promessas, continuam em nossos arquivos).
No início de 1981, o Prefeito Dácio Pereira da Fonseca formou uma comissão composta pelas Professoras Ana Maria Mendonça¹ e Eusa Pereira Borges da Fonseca e pelo próprio Dr. Arlindo Porto Neto, para tratar do assunto que começou a empolgar novamente.
Entretanto, quando o Secretário percebeu que a seara de nossos votos lhe era sáfara, sumiu de vez, deixando-nos apenas, sua “cascata”.
Posteriormente, o Prefeito Municipal, na sua luta incansável para alcançar o objetivo, sancionou lei, criando a Fundação Municipal de Ensino de Patos de Minas, “com a função precípua de criar, instalar e manter a Escola Técnica de Agropecuária”.
A Câmara Municipal indicou três membros efetivos e três suplentes para a composição do Conselho Curador o mesmo fazendo o Senhor Prefeito.
Em 1.º/12/81, no Gabinete do Prefeito, o Conselho Curador foi empossado e em seguida, foi eleito Presidente o Dr. Arlindo Porto Neto, cabendo-me a honra da Vice-Presidência e tomamos a meta como “compromisso de honra”.
Iniciados os trabalhos, sob a dinâmica atuação do Presidente da Fundação, dois meses depois, chegou-nos a agradável notícia de que no Programa Cidades Dique, no qual Patos está incluída, existe um projeto de ampliação do Colégio Polivalente, para instalação de seis cursos, dentre os quais o sonhado Técnico em Agropecuária², com verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o que nos garantia com grande sucesso realizar o sonho, conforme editorial do N.º 42, de 28/02/82.
Depois de várias reuniões, chegamos à conclusão de que daí para a frente, o trabalho da Fundação seria apenas o de colaborar com a SEPLAN, no que fosse necessário, mas até hoje, nada…
Pois é Arlindo! O mundo dá muitas voltas e numa delas, você acabou eleito Prefeito de Patos de Minas.
Abro aqui um parêntesis para cumprimentar a você e ao Dr. Aldo Lino Silva, eleito Vice-Prefeito, bem como para desejar-lhes felicidades.
Cabe-me inclusive, “um pouco de culpa” na sua eleição, pois muito antes de existirem os atuais partidos políticos, eu já o instigava a aceitar a candidatura, por saber de suas qualidades administrativas e de sua competência e finalmente, você a aceitou e como se isto não bastasse, trouxe consigo, como companheiro de chapa, o prezado Aldo, amigo de minha infância e até meu protetor nas brigas contra os maiores, companheiro de quarto nos saudosos tempos de Instituto Gammon, em Lavras e hoje, irmão maçon, que também é competente, e trabalhador como você. Fecho o parêntesis.
Daqui a exatamente um mês, vocês estarão empossados.
Sei que o Programa Cidades-Dique continuará em andamento e tenho a certeza Arlindo, de que, o mesmo modo, estará de pé o nosso “compromisso de honra”.
* 1: Leia “Sobre a Implantação da Escola Agrícola − 1 e 2”.
* 2: Leia “Escola Técnica de Agropecuária e Polivalente − Esclarecimento ao Público”.
* Fonte: Texto publicado com o título “E a Escola Agrícola, hein! Arlindo?” no Editorial do n.º 61 de 31 de dezembro de 1982 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.
* Foto: Trechos do texto original.