O muro cerca a casa e tem o objetivo de garantir segurança e privacidade a seus moradores. Isso nos dias de hoje, porque nos idos tempos praticamente não existiam muros nas cidades cercando as casas, quando muito uma mureta de poucos centímetros de altura. Na maioria delas os muros cercavam apenas o quintal, enquanto alpendre, janelas, entrada do corredor, garagem (quando havia) e porta da sala ficavam de frente ao passeio. Era abrir a janela e cumprimentar o conhecido que passava ali juntinho. Quem se aventurar a passear pela cidade vai se deparar com uma infinidade de construções com estas características que estão resistindo ao progresso, sabe-se lá como. Infelizmente, com o tal progresso, tudo mudou!
Proporcionalmente ao desenvolvimento da cidade, isto é, o progresso se estruturando, a frente das casas foi recuando do passeio, recuando até que hoje o que se vê entre as casas e o passeio é uma verdadeira fortaleza de grades, muros de concretos, alarmes e o escambau. Vil progresso. Como lembrança dos muros de antigamente que cercavam os quintais, de tijolos e com acabamento característico no alto formando abas, este situado na esquina da Rua Padre Antônio de Oliveira com a Travessa Vicente João da Fonseca, no Bairro Vila Garcia.
Essa ocupação de espaço sem planejamento da Travessa é interessante porque ela forma o lado menor de um triângulo isósceles, com o lado esquerdo fazendo divisa com o Bairro São Francisco, o lado direito fazendo divisa com o Bairro Jardim Paraíso e o encontro desses dois lados sendo a junção da Rua Padre Antônio de Oliveira com sua colega Mata dos Fernandes, caracterizando o bico do Bairro Vila Garcia.
* Texto e foto (24/05/2018): Eitel Teixeira Dannemann.