O Trinca-ferro (Saltator Similis) pertence a família Thraupidae. É um dos pássaros silvestres mais apreciados pelo brasileiro, especialmente pelo seu canto. É encontrado da Bahia até o Rio Grande do Sul. Devido a sua grande distribuição, acabou se dividindo em 8 formas de pássaros do gênero “Saltator”. Todas são praticamente iguais. É conhecido também pelos nomes Bico-de-ferro, Tempera-viola, Pipirão, Estevo, Papa-banana, Titicão, Tia-chica, Chama-chico, João-velho e Pixarro. Vivem à beira da mata, tanto nas baixadas como nas montanhas.
Tem o corpo de cor olivácea. A cabeça é acinzentada com a garganta ocre-clara. O peito e abdome são cinzento-oliváceos, lavado de ocre no meio. Chegam a ter cerca de 20 cm de comprimento e pesar por volta de 50 gramas. Não apresentam diferenças visuais entre machos e fêmeas, sendo que o canto do macho é o fator que determina a diferenciação sexual. É extremamente territorialista, onde o macho dominante, através de seu canto extremamente alto, tenta manter afastados outros machos que tentam adentrar no seu domínio. Essa característica torna o Trinca-ferro um alvo fácil de traficantes de animais.
Possui uma siringe, que é o órgão responsável pelo canto, com estrutura mais complexa do que as de outras aves, possibilitando assim notas mais elaboradas no seu canto. Praticamente cada região tem um canto do Trinca-ferro característico, porém os principais tipos de canto são o Bom dia seu chico, Bom dia tio João, Bom dia seu Valdir, Roncador, Eu sou terrível, Ró, Thirrú, Repetidor, Liro, Fuím, Canto curto (duas notas), Grego Mole, Currucutiu, Tiutiufil, Que que fiz meu Deus e Escuta o que digo, sendo que estes tipos de canto podem ter um “boi” no final.
A alimentação é composta por uma grande variedade de sementes e outros alimentos. Alpiste, painço, girassol, aveia, cártamo, lentilha, sorgo e cânhamo são algumas delas. Rações extrusadas, frutas, legumes e até mesmo pequenos animais também estão no cardápio. Isso o faz ser considerado como onívoro, ou seja, come praticamente de tudo. O ideal é que o pássaro receba uma dieta onde possa ter todos os nutrientes que necessita, como proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas e sais minerais. Muitos criadores acreditam que as rações extrusadas são mais indicadas. Eles alegam que ela facilita muito no manejo e possivelmente irá proporcionar melhores resultados na criação.
Problema é quando o pássaro acaba preferindo certos alimentos. Eles irão direto para as sementes maiores e mais oleosas, e isso faz com que sua dieta fique desequilibrada, ocasionando obesidade e subnutrição. O aconselhável é fornecer um tipo principal de comida, dando outros alimentos apenas como forma de agrado. Neste ponto as rações extrusadas acabam sendo mais indicadas. Pode-se fornecer larvas de tenébrios como pequenos “petiscos”. Cerca de 5 larvas, três vezes por semana, estará de bom tamanho. Frutas, como maçã, pera, banana, melão, manga, kiwi e goiaba, além de legumes e verduras também podem ser usadas. Ele tem o hábito de levar alimento para o bebedouro, deixando a água suja. Isso acaba criando um ambiente propício para surgimento de bactérias e de fungos. O bebedouro deve ser bem lavado e a água deve ser filtrada e limpa.
* Fonte: Casadospassaros.net.
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