Há controversa na origem do Fox Paulistinha, o Terrier Brasileiro. Uma hipótese é que os navios portugueses e holandeses que chegaram ao Brasil na época da colonização traziam a bordo as raças Fox Terrier e Jack Russel Terrier, cachorros caçadores de animais pequenos que ajudavam a combater os ratos que proliferavam nas caravelas e devem ter cruzado com outros cães que já estavam no Brasil. Outra versão afirma que os filhos de fazendeiros que iam estudar na Europa no século XIX acabavam se casando por lá e quando voltavam ao Brasil suas esposas traziam os cães de estimação, geralmente daquelas mesmas raças, ou mesmo Beagle e Bulldog. No Brasil, esses cães acabavam cruzando com os já existentes e se adaptando às condições climáticas e ambientais brasileiras, gerando assim a raça Fox Paulistinha ou Terrier Brasileiro.
Embora seja um cachorro de raça pequena, com tamanhos diferenciados, é bastante forte e robusto. A cabeça tem formato triangular, com um bom afastamento das orelhas, estreitando a partir dos olhos e apresentando-se mais larga na base. A aparência meio quadrada de seu corpo o faz um cachorro com muita energia para gastar, inclusive podendo esquecer seu próprio tamanho e se tornando muito valente na defesa do território e de seus donos. É um excelente cão de alarme, ficando sempre atento às circunstâncias que o rodeiam e aprende com muita facilidade o que lhe é ensinado, podendo ser treinado até mesmo para tarefas mais difíceis, o que faz da raça atração em espetáculos. Possui pelo liso, curto e denso. Uma característica que determina a sua pureza genética são as marcas marrons acima dos supercílios, nas faces laterais do focinho e borda das orelhas.
Sobre a estrutura da cauda, o Conselho Federal de Medicina Veterinária proibiu em 2008 a Caudectomia (cirurgia para corte da cauda), salvo em casos extremos, como em animais com tumores nessas regiões ou com acidentes que levem a amputamento. Pela lei, qualquer tipo de procedimento nesse sentido, sem a devida justificativa legal, é considerado crime. Mesmo assim, alguns criadores registrados na CBKC-Confederação Brasileira de Cinofilia praticam a Caudectomia, mesmo não sendo um padrão oficial da entidade. A cauda natural é curta, não alcançando o nível dos jarretes, de inserção baixa, robusta, portada alta sem ser curvada sobre o dorso.
O Fox paulistinha é um cão que dispensa maiores cuidados. Um banho na hora mais quente do dia com sabão neutro duas vezes por mês, sem necessidade de secador, é o suficiente, desde que se escove pelo menos a cada dois dias com uma escova de cerdas duras ou uma luva de borracha, a seco, para a retirada de pelos mortos. Como rotina a todos os cães, usar as vacinas tradicionais e mantê-lo livre de parasitas: pulgas, carrapatos, ácaros, vermes. Embora seja um cão de pequeno porte e para espaços exíguos, recomenda-se passeios diários. Uma hora de caminhada para cães que moram em apartamentos é o ideal.
Outra recomendação importante é que o mantenha longe dos portões e lugares onde haja muitos estímulos externos, evitando excitá-lo e provocá-lo, pois sua pulsação, que já é acelerada, pode se acelerar mais ainda e até provocar ataques cardíacos. Desaconselha-se, portanto, que se leve muita agitação para a vida do Terrier Brasileiro. Criado em um ambiente tranquilo ele terá um temperamento bem calmo. O que não se deve fazer é colocá-lo em meio a pessoas que o provoquem e que não o respeitem, fazendo com ele brincadeiras inadequadas, fazendo dele um cão irritadiço, nervoso e agressivo. O que o Paulistinha (e todo cão) precisa é de muito carinho e bom tratamento. Dizem que é um cão de um dono só: fiel e afeiçoadíssimo a ele. Se bem criado torna-se um bom companheiro para adultos e crianças, além de um bom cão de alarme.
* Fontes: Adimaxpet.com.br e Saudeanimal.com.br.
* Foto: Nososcachorros.blogspot.com.br.