DOGUE BRASILEIRO (BULL BOXER)

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Pedro Ribeiro Dantas, em 1978, era criador de Bull Terriers em Caxias do Sul-RS. Após insistência de um vizinho, que tinha uma cadela Boxer, aceitou cruzar um de seus Bull Terriers com a Boxer. Da ninhada, Pedro gostou de uma fêmea e resolveu criá-la, batizando-a com o nome de Tigresa por conta dos pelos rajados. À medida que Tigresa crescia, demonstrava excepcionais qualidades. Procurando informações junto a outras pessoas que pegaram filhotes para criar da ninhada original, seus donos relataram que os cães eram excelentes na guarda, extremamente dóceis com a família e equilibrados. Após a primeira geração de cruzamentos, Pedro Dantas foi cruzando ao longo da década de 80 os cães e seus descendentes. Percebendo que a cruza resultou num cão funcional e diferenciado, denominou-o Dogue Brasileiro ou Bull Boxer. Com a aceitação crescente da nova raça, em 1986 Pedro fundou o Bull Boxer Club, entidade responsável pela manutenção da raça e definição do padrão.

Durante a década de 1990, a raça cresceu de maneira consistente na região Sul do Brasil, obtendo grande exposição ao sair na revista canina Cães & Cia em 1999, onde ficou conhecida nacionalmente. Diversos interessados entraram em contato com o criador da raça e muitos acabaram adquirindo exemplares. Posteriormente, apareceu outras vezes na mesma revista e em outras publicações, tornando-se mais conhecida. Atualmente, existem plantéis em boa parte dos Estados brasileiros e a raça tem crescido de maneira consistente e sem pressa. Pedro Ribeiro Dantas declarou: Prefiro ver a raça crescer devagar com um trabalho bem planejado e consistente, sendo criada por pessoas responsáveis. Não quero que aconteça com o Dogue Brasileiro o que aconteceu com o Pit Bull, Dobermann, Rottweiler e várias outras raças que cresceram de maneira explosiva e acabaram em mãos erradas, causando muitos acidentes, tanto por culpa de criadores inescrupulosos que somente queriam saber de ganhar dinheiro por venda em massa de filhotes, assim como por donos irresponsáveis e sem capacidade pra educar um cão de maneira correta.

A raça obteve reconhecimento pela CBKC em 1999, tem um padrão definido e está no grupo de raças não reconhecidas pela FCI. Quanto à FCI, o presidente do Bull Boxer Club deixa claro sua opinião sobre este tema: Não tenho mais interesse no reconhecimento do Dogue Brasileiro por parte da FCI, visto que a FCI nos últimos tempos vem tomando caminhos que não condizem com a filosofia de criação do Dogue Brasileiro.

O Dogue Brasileiro é um cão equilibrado, corajoso, tenaz e com grande resistência a dor, cheio de alegria e energias para gastar, portanto necessita de espaço físico para sua saúde física e mental. A inteligência da raça é notável, muito obediente, faz tudo que pode para agradar ao dono. Age com agressividade somente quando necessário. A seleção por parte dos criadores, orientados pelo Bull Boxer Club, tem sido direcionada à guarda da casa, à proteção da pessoa e à propriedade em geral. A raça é reconhecida por ser um cão com grande doçura e ternura com os membros da família. Uma das características mais marcantes são seus olhos expressivos e meigos. É dependente de carinho e atenção, podendo ficar triste se não os tiver. Não apresenta muita dominância para com os membros da casa. Ele tem o seu dono, mas ainda sim tolera e obedece aos outros membros da família. É um cão que tem grande paciência com crianças e as protege como protegeria o próprio dono. Por ser descendente de Bull Terrier, possui um pouco de intolerância à convivência com outros cães do mesmo sexo. Possui boa convivência com outros animais domésticos, mas deve ser educado desde filhote a aceitá-los a fim de evitar acidentes. Se for um cão já crescido, deverá ser acostumado pelo dono ao novo amigo.

Segundo o padrão CBKC, deve pesar entre 29 e 43 kg para os machos (preferencialmente 39 kg) e de 23 a 39 kg (preferencialmente 33 kg) para as fêmeas. A altura na cernelha está compreendida entre 54 a 60 cm (preferencialmente 58 cm) para os machos e de 50 a 58 cm (preferencialmente 56 cm) para as fêmeas. A trufa (área do nariz) deve ser preta e bem pigmentada. Quanto à pelagem, são aceitas todas as cores. Orelhas de inserção ligeiramente acima da linha dos olhos com caimento fronto-lateral. Cauda grossa, de inserção média, devendo ser portada acima da linha do dorso, quando o cão se movimenta; com postura muito levemente côncava, nessa mesma condição, se vista de frente. Pelo curto (até 2,5cm na cernelha) denso, luzidio e áspero. A mordedura é em tesoura ou em torquês. Não foram relatadas doenças específicas ou doenças genéticas em larga escala. É uma raça relativamente longeva, sendo que houve vários indivíduos que ultrapassaram os 13 anos de idade.

* Fontes: Doguebrasileiro.com.br e Wikipédia.

* Foto: O criador da raça, Pedro Ribeiro Dantas, e o exemplar Pállus de Tasgard (Wikipédia).

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