MUSEU DA CIDADE DE PATOS DE MINAS

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A idéia de constituir um museu em Patos de Minas teve início com a aquisição da casa onde residiu Olegário Dias Maciel (localizada na Avenida Getúlio Vargas, n.º 78, que já foi chamada de Largo do Rosário e Avenida Municipal), através de processo de desapropriação, executado em 1986. A partir daí, foi instalado no final da década de 1980 e início da década seguinte ao Centro Histórico Cultural, que ali funcionou até 2001, quando foi transformado em Centro de Referência Histórica e Cultural de Patos de Minas, abarcando inclusive o Teatro Municipal “Leão de Formosa”, erguido no mesmo terreno da Casa.

A necessidade de institucionalização, sistematização e organização do acervo cultural da cidade fez o Município de Patos de Minas criar, em 2004, o Museu da Cidade de Patos de Minas – MuP (Lei Municipal 5.508 de 29 de dezembro). Desde então, aproveitando-se da antiga estrutura do Centro de Referência que já possuía quatro salas museológicas montadas, o MuP passou a elaborar a base institucional com a elaboração do seu plano diretor, regimento interno e normas de catalogação e registro de acervo. Também se preocupou em dar os primeiros passos no processo de intercâmbio com órgãos direcionados às práticas museológicas com intuito de criar condições técnicas mínimas e trocas culturais para o melhor atendimento da comunidade de Patos de Minas, Região do Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. O MuP é parte integrante do SBM – Sistema Brasileiro de Museus, inscrito no cadastro nacional de museus do IBRAM – Instituo Brasileiro de Museus.

Para a instalação do museu foi necessária uma ampla reforma no velho casarão da década de 1910. Sobre o assunto, o jornal digital PatosHoje comentou em 02/07/2002:

Debaixo de cinco camadas de tinta os profissionais da Oficina de Restauro, de Belo Horizonte, descobriram um verdadeiro tesouro. O casarão do Governador da província de Minas Gerais, Olegário Maciel, tinha as paredes recobertas por pinturas artísticas que subiam do piso ao chão. Um convênio com o Fundo Estadual de Cultura, no valor de R$190 mil, está permitindo a recuperação integral das obras de arte existentes nos ambientes sociais. O trabalho é minucioso. Primeiro os restauradores reforçaram o reboco das paredes com cola para evitar mais estragos. Depois eles começaram remover as cinco camadas de tinta. Foram meses de um trabalho minucioso e a restauração das pinturas artísticas nas paredes entra na fase final. Já é possível perceber a beleza das obras de arte feitas nos principais espaços do casarão.

Em 03/02/2010, o mesmo jornal noticiou:

Depois de mais de seis anos de trabalho, a restauração do Casarão de Olegário Maciel finalmente será concluída. O Fundo Estadual de Cultura liberou os recursos necessários para o término da obra. Depois de pronto, o lugar vai abrigar o Museu da Cidade de Patos de Minas. A obra foi retomada para a última etapa em dezembro do ano passado. Os profissionais já instalaram o elevador para facilitar o acesso de idosos e portadores de deficiência, o circuito fechado de TV, que vai permitir o monitoramento de todos os cômodos, e o sistema de alarme que vai proteger o Casarão. Os profissionais trabalham agora na recuperação do piso. O assoalho vai passar por uma raspagem e receberá uma cera especial. A surpresa, nesta etapa, ficou para o lado de fora. Ao retirar o cimento, em volta da casa, os profissionais descobriram que as calçadas eram feitas de tijolos. Eles foram todos restaurados.

O casarão localizado na Avenida Getúlio Vargas foi construído na década de 1910 para ser a residência do então governador de Minas Gerais Olegário Maciel. Além da importância arquitetônica, o imóvel também tem enorme valor histórico e cultural. Na época, muitas decisões importantes para o Estado foram tomadas daqui. Ao entrar na última fase de restauração, a Divisão de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura faz planos para abrir o Casarão. De acordo com o arquiteto Alex Borges, a expectativa é de que no início do segundo semestre deste ano o trabalho esteja concluído, permitindo assim a montagem do museu. Nesta etapa, as obras na Casa de Olegário Maciel vão custar R$ 286 mil, dinheiro liberado pelo Fundo Estadual de Cultura. Depois de concluída, a restauração que começou em 2004, terá consumido cerca de R$ 1 milhão. O valor histórico e cultural do imóvel, no entanto, é incalculável. De acordo com o secretário municipal de cultura, Márcio Maciel, com a abertura do Museu, o Casarão de Olegário Maciel, com sua riqueza artística e arquitetônica, vai contar a história de Patos de Minas e de sua gente e estará aberto para quem quiser ver.

Com as obras terminadas, o MuP foi, enfim, inaugurado. Assim contou o PatosHoje:

O MuP – Museu da Cidade de Patos de Minas foi inaugurado na noite do dia 07 de junho de 2011. O evento teve a participação do Governador de Minas Gerais Antônio Anastasia. Também o acompanhou a Secretária de Estado de Cultura Eliane Parreiras. A noite foi memorável. A Banda da Polícia Militar abriu a cerimônia e teve a participação do Coral Vozes do Conservatório Municipal de Patos de Minas. O momento maior foi a interpretação de Sérgio Cunha, elogiado pelo Governador com o codinome “Caruso Patense”. Estavam presentes pessoas que contribuíram para a formação do Museu, dentre os quais destacamos: a ex-chefe de Patrimônio da Prefeitura Myrian Xavier Furtado, Elisa Guedes Duarte, Vânia Inêz, Sebastião Cordeiro, Regina de Fátima Pacheco e Sirlene Pacheco. Também marcou presença a restauradora Rosângela Reis Costa, artista responsável pela restauração das belas pinturas artísticas existentes na Casa.

Durante a cerimônia, três pessoas foram homenageadas pelos relevantes trabalhos prestados para o Museu e para a memória social e cultural de Patos de Minas. Marialda Coury recebeu diploma de reconhecimento pelo trabalho em prol da cultura popular e patrimônio cultural. Antônio Amorim foi homenageado por ter sido o mestre de obras que participou de grande parte do processo de recuperação do imóvel. Por fim, o homenageado Antônio de Oliveira Mello recebeu a condecoração pela importante contribuição de pesquisa sobre a história de Patos de Minas

Após os discursos, o Governador fez uma breve visita às dependências da Casa de Olegário Maciel. Depois da saída do Governador, o Museu foi aberto a todos os presentes.

Um museu é composto por um acervo de bens históricos chamados Patrimônio Cultural. De acordo com o Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, o IEPHA, Patrimônio Cultural pode ser definido da seguinte forma: “Patrimônio cultural é a soma dos bens culturais de um povo. Os bens portadores de valores que podem ser legados a gerações futuras. É o que lhe confere identidade e orientação.”

O Patrimônio Cultural se divide em dois grandes ramos: o Patrimônio Material e o Patrimônio Imaterial. Por sua vez o Patrimônio Material é composto de “Bens Móveis” e “Bens Imóveis”. Os Bens Imóveis, como o próprio nome indica, não “saem do lugar”. Fazem parte dos Bens Imóveis: casas, igrejas, monumentos, praças, avenidas. Os Bens Móveis são aqueles que podem ser transportados. Podem ser: quadros, esculturas, móveis, utensílios, objetos rituais.

Também faz parte do Patrimônio Cultural dos povos o seu “Patrimônio Imaterial”. É todo o conjunto de valores morais, éticos, conhecimentos, comemorações, lugares, modos de falar e de se expressar, que caracterizam os membros da comunidade e lhes confere “identidade”. Portanto, faz parte do Patrimônio Imaterial: os saberes, as celebrações, os lugares, as formas de expressão. São exemplos do Patrimônio Imaterial de Patos de Minas: o saber fazer artesanato em palha, a pamonha, a celebração das Congadas, o Mercado Municipal, os “causos”. No Brasil, a Capoeira foi Tombada como Patrimônio Imaterial. Até o momento, Patos de Minas possui dois bens Tombados como Patrimônio Cultural Imaterial: As Folias de Reis e as Pamonhas!

O Museu da Cidade de Patos de Minas possui os seguintes acervos: 1) Acervo histórico, cultural, artes e ofícios – local e regional (Alto Paranaíba e Noroeste de Minas); 2) Acervo arqueológico do Alto Paranaíba; 3) Acervo documental e de imagens locais e regionais (Alto Paranaíba e Noroeste de Minas); 4) Acervo de fundo público: 1880/2007; 5) Acervo Musicográfico de Galdina Correa da Costa Rodrigues; 6) Acervo do Presidente do Estado de Minas Gerais, Olegário Maciel (1930-1933).

Contatos do MuP:

Site: http://museudacidade.blogspot.com.br

E-mail: memoriaepatrimonio@patosdeminas.mg.gov.br

Telefone: (34) 3822.9665

*Fonte e fotos: MuP.

* Foto 2: Restauradora Rosângela Reis Costa, de Belo Horizonte, realiza trabalho técnico de conservação.

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