Após duas semanas de preparativos, o Bichano convidou o Caroca, o Antônio Simão (marceneiro) e o Chico (da Cemig), para uma pescada, que deixaria saudades.
Caprichosamente arrumou tudo, não faltando nem o litro de uísque: molinete, sundeiros e acessórios, iscas, travesseiros e cobertores, comes e bebes. Arrumou tudo dentro de uma meia dúzia de sacos e já foi colocando a bagagem no passeio, em frente sua casa, esperando somente o Loirinho da Titan, que os levaria naquele seu carro-sala, como estava tudo combinado.
Mas, neste vai-e-vem passa o caminhão da limpeza pública e vendo aquela montoeira ali na calçada, não exitou em apanhar tudo. O Bichano, informado do acontecido, saiu doido pela periferia da cidade, procurando seus pertences. Até hoje não conseguiu reaver nada do que foi carregado. Por isso que meu pai dizia:
– Pescador organizado é outra coisa!
* Fonte: Texto publicado na edição de 03 de agosto de 1979 do jornal Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Muraljoia.com.
