CÁ TÁ O BRUTO… EU FIZ A PÁSCOA!

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HISTORIAS DE PESCADOR - MURALJOIA.COMO Dr. J. Reis, aos domingos, ao invés de ir à missa preferia pescar. E ele mesmo dizia: Marina me pôs a cagüira. Ela falou que, enquanto eu não for à missa, não vou pegar peixe algum.

E assim o tempo foi passando e não pegava mesmo. Um certo ano, Padre Ulisses, zeloso vigário da Paróquia, arrumou para a Semana Santa o Padre Ronam, afamado pescador de almas. O religioso era tão bom que, durante a semana, acabou por convencer o Dr. J. Reis a frequentar a missa de Páscoa.

Sentando na primeira fileira de bancos, ao lado de Marina, J. Reis assistia com atenção às pregações. E acabou por resolver se confessar, coisa que não se lembrava mais da última vez que aconteceu. Parece que isso animou o homem. Todo satisfeito, então, pelo cumprimento desta obrigação religiosa, à tarde saiu para pescar. À noite, o vigário ainda estava na sacristia, quando ouviu fortes e apressadas pancadas na porta. Abriu-a e qual não foi a sua surpresa ao se deparar com o Dr. J. Reis, que trazia um enorme dourado nas costas. Viera direto do Rio Paranaíba à igreja parecendo a propaganda da Emulsão de Scott. E dizia:

– Olha aqui, padre! Cá tá o bruto! Eu fiz a páscoa!…

* Fonte: Edição de março de 1976 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.

* Foto: Muraljoia.com.

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