No início da década de 1940, no Brasil estava em pleno vapor a ditadura de Getúlio Vargas e seu Estado Novo, enquanto na Europa os Aliados (países que se aliaram com os Estados Unidos e Reino Unido) derramavam sangue em lutas contra o Eixo (Alemanha Nazista, Itália e Japão) na Segunda Guerra Mundial. Vargas foi assediado por Hitler e pressionado pelos EUA, mas se manteve neutro até 31 de agosto de 1941, quando declarou estado de guerra após submarinos alemães afundarem vários navios brasileiros. O Brasil entrou oficialmente na Guerra a partir de julho de 1944, quando partiram os primeiros pracinhas da FEB para combater na Itália. Entre setembro daquele ano e o fim dos combates, em maio de 1945, doze patenses se juntaram à Força Expedicionária Brasileira¹. A História conta que havia muita gente adepta ao Eixo espalhada pelo Brasil. Este anúncio, publicado na edição de 11 de outubro de 1942 do jornal Folha de Patos, evidencia que eles estavam por aqui. Mas, o mais interessante nele não é o fato da presença de agentes do Eixo infiltrados entre os patenses. Com o golpe de estado em 10 de novembro de 1937 e a consequente instituição do Estado Novo, Vargas fechou o Congresso Nacional e extinguiu todos os partidos políticos, ficando o Poder Executivo sob seu total controle. Portanto, estando o país vivendo uma verdadeira ditadura, não dá para entender o anúncio se referir a princípios democráticos.
* 1: Leia “Força Expedicionária Patense”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.