Além da antiga Matriz, existiu em Patos de Minas outra capela, a qual, com o tempo e com o crescimento da religiosidade e da população, seria demolida e reconstruída em outro local e se tornaria a segunda Paróquia da cidade. Sua construção foi levada a efeito provavelmente entre 1864 e 1870. Trata-se da capela de Nossa Senhora do Rosário¹ que localizava-se quase em frente à hoje Rádio Clube de Patos. O casarão em destaque à esquerda ainda está de pé e fica na esquina da Avenida Getúlio Vargas com Rua Olegário Maciel. Foi construído em 1907 por Antônio Dias Maciel Júnior (Tonho), filho de Antônio Dias Maciel. Em 1920, Zama Alves Pereira adquiriu o imóvel².
Monsenhor Manoel Fleury Curado assim descreveu a situação em que encontrou a Capela do Rosário: “Quando aqui cheguei, em 28 de fevereiro de 1920, existia nessa cidade, em frente à Matriz, num alto, próximo ao jardim, com o fundo de alinhamento da Rua Olegário Maciel, uma capela, sem torre, pequena, dedicada ou sob o título de Nossa Senhora do Rosário”.
Cônego Getúlio lutou pela não demolição da capela até a sua morte em 19 de novembro de 1919. No dia 5 de maio de 1920, a Câmara Municipal aprovou um projeto de autoria do vereador Pio de Melo Ribeiro “autorizando o Agente Executivo a entrar em acordo com o Bispo de Uberaba para a retirada da Igreja do Rosário no Largo do mesmo nome”. Monsenhor Fleury registra no Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio que “a dita capela, apesar da indignação do povo católico da paróquia, foi demolida em junho de 1920”.
Há dois parâmetros para tentar “datar” a foto. O primeiro é o dito casarão construído em 1907. O segundo é a ausência da casa de Olegário Dias Maciel, construída entre os anos de 1910 e 1915. Então esta foto pode ser do final da década de 1900 ou início da década de 1910.
* 1: Leia “Histórico da Igreja do Rosário”.
* 2: Leia “Casa da Família de Zama Alves Pereira”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.