Os iluminantes são assim mesmo, poucos, contam-se nos dedos. No entanto, alguns dedos são verdadeiras mãos, plêiades! Paul Gauguin são mãos que foragiram-se das civilidades pelas asas de exóticas falenas que à época habitavam as sul-pacíficas praias de um Taiti soberbo e miserável, sem calendas ou relógios, mas com todas as cores possíveis à alma de um mestiço de Tupac Amaru com Asteríx. O colonialismo pairava pelas vulcânicas polinésias e rubros vinhos de Bordeaux manavam de galeões rasgando superfícies das almas para expor as vísceras da arte. Arte que só tinha relevância se servida quente, como iguaria natural e perfumada com os feromônios de suas fêmeas cruas, amamentadas com genuína e jovial devassidão ao Leite de Cascavel e Mel Condensado coletados às 10h07m das manhãs na volúpia fresca do chacoalhar sonífero da maré vazante na orla empalmeirada e afrodisíaca. Um século cravado, contado em medidores TI: Antes de Benjamim Buttom ser concebido já Gauguin pintava um arraial de admirável morenês, como os brasis, em sua acepção mais comovente: um povo que se lê da esquerda para a direita, assim: do macróbio caquético bebendo seu próprio mijo ao micróbio púbere comendo seus próprios sobejos.
Genial Insano Gauguin que pretendia que sua obra – De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?- agisse no mercado do mundo como um testamento universal, uma imensa forma de dizer a todos que sua filha morrera e que um homem vulgar e sua sina prosaica e um homem extraordinário e sua sina solar, de repente, pah, são unos, estúpida dualidade, daí, juntos brotam uma curva descendente rumo ao poço sujo cujo fundo é a síntese pastosa dos ¾ de água salgada que dominam as carnes, afogam os olhos, embebedam as almas. Essas, se submarinas, numa generalizada infecção sifilítica cristã, fudeu de vez, é praga egípcia, é a represália torpe da invídia vilã, nazista e asquerosa do sagrado establishment que avilta e recrimina a exposição do belo e o uso do belo para exposição do gozo. Não mais importa, sabia Gauguin, sua vida é outra, sua filha é morta. Lição: A mesma salmoura que conserva a agonia sedutora e o ceticismo palatável à fome e à sede dos que virão, os novos, é a mesma que neles inocula o gene da Auto Depreciação, que, sacana, é seu próprio gatilho:- Um susto, bang! E basta: coloca os neófitos na rodoviária das Bad trips, portanto aptos as retro-viagens, aos cataclismos do coração e às parafusálias da cabeça. Depois, como todo bom moleque genético, apaga, dilui ou rouba toda matéria adjacente que por puro acaso não se contaminou com respingos do auto-extermínio tão desejado, e, capcioso, encantador, loquaz, se faz bem-vindo aos sobreviventes de si mesmos que quando se olham no espelho da insignificância não se encontram e nem topam com uma competência idônea para lhes exemplar nas fuças: Tomem tento, canalhinhas meia-merda, vão beber cicuta com groselha, babaquaras, filosofar cretinidades num livreco de algibeira e ficar ricos vendendo bengalas pras alminhas aleijãs e cajados para futuros Mohameds. Ou Ray-Ban para Deus.
Fique tenso, Vulgaróide, fique tenso que a adrenalina te acorda, o estresse te aviva e a buzina de empurra. O fracasso é teu Narciso. Talvez, por tê-la promovido do zero ao nada, alguma ruína enjeitada te lamba o saco em fervoroso agradecimento. Rubro de pudores? Zonza de pundonores? Bobagem! De inúteis que são esses exotismos anacrônicos leve-os até a vasilha dos lobos e sirva-os como ração, alimente tuas taras medonhas com as mesmas mãos que explodem piolhos e Phthirius pubis entre as unhas polegares. Capengue-se por entremeio as entranhas dos teus ancestrais de lama como de lama foram tuas mais alvissareiras expectativas, e, claro, nunca te esqueça que lama é um anagrama: Tua alma, tua lama. Tome rumo, mal amado cruza de Rato Vaticano com Lombriga Bizantina, tome jeito, titica vestida, abra os olhos, pulga bubônica, que não és Paul Gauguin e nunca serás, lorpa de merda! Faça mais: Foda-se tu com tua aptidão safada para fascista bêbado; sufoca-te com tua boca de chupador de ostras vulvares lambuzadas de melecas venéreas; esvaia-te aos pingos numa gonorréia purulenta; morra-te no varejo, verme, que não consegues mesmo obitar-te no atacado, todos você, totvs tv de uma só vez, apaziguado contigo, de um cancro honesto, insidioso e corrosivo, honrado, fruto dileto do sexo cabal com o cabal do sexo, ou seja, inteiro, planetário, ecumênico. Trepas sempre pelas beiras, envergonhado do teu nojo, enojado da tua vergonha, ofertas apenas um doze avos dos teus sentidos avulsos, tatos desconectados, sem alinhavos. Tua lembrança vagará insepulta pelos chiqueiros e nem os balofos espíritos-de-porcas aceitarão teu ectoplasmático estupro mal-cheiroso. Não tente estratagemas répteis, não ouses sonhar com uma sinecura ao lado direito de Gauguin: Não és Caravaggio, nunca serás, estrabo fétido! Atente: Antes do termo Antes Paul Gauguin já se fazia em pólen fecundo, folhificando, florificando e frutificando na vastidão das perspectivas através de olhares enjanelados de ventos, ternas termas ascendendo-lhe os amores em asas alfa pelas nuvens de fúrias lúbricas. A sedução fluindo divas por suas telas e telas divas pela fantasia dos homens. Na trilha, canções vermelhas, fundamentalmente vermelhas, profusas de incêndios profícuos e profanos à moda de Vincent, o Gogh, Gogh, o Holandês que, pré-impressionista e perfeccionista compulsivo, adubava com orelhas de sangue os campos de trigo por onde andava e pintava naturezas convulsas e sóis arrogantes, enquanto no silêncio policrômico de sua paleta esquizofrênica urrava desejos que ventavam desprezo nas copas dos ciprestes do luto falante: – Apêndices não transitam méritos -. Apóiam óculos com o concurso do nariz, nada mais. – Ah! Narizes! Esses Gibraltares encravados na Mediterraneidade salgada dos entreolhos, sempre ao Sul das Ibéricas e ao Norte das Áfricas, onde Camus, poeta do Obscuro, compôs A Peste. Hoje, marroquinamente, Fez nos devora a todos, a começar pelo que pensamos do diferente e pelas Petulâncias de Grife que somos: beócios abjetos, pretensiosos ao arrotarmos que não importa o que pensam de nós, mas o que nós pensamos de nós. Falácia da grossa: somos rango farto das bactérias da intriga. Melindres ambulantes, constrangíveis, mais hora menos hora, aqui ou ali, massacrados por uma anedota mordaz ou um olhar de viés. Provavelmente Sartre, entupido de Valium e Canabis, antes de obter a concordância da Bouvoir consultou ad misifiuns pretuns veliuns, entre eles tanto Paul quando Vincent, para liberar o imprimatur à sua frase que pelos tempos foi nos metabolizando em existencialistas devastados, aleatórios e indefensáveis, como nós nos 60; Convalescentes da poli-melancolia vulgaróide dos 70; Inventores da Zen-criogenia para mascarar nosso Bundãonismo falastrão e paspalho dos 80tas, a Década Cadáver, cacofônica e estéril; Nos 90tas fomos imensos vazios caiados de vinho, em eufóricos bandos freqüentamos o Feirão Popular da Plástica para, pós-esticados, festejarmos auspícios e presenciarmos o Parto LeBoieur dos Peixinhos Dourados da Aquária Serenidade Universal. Saltitantes em multicores batas indianas Vintage mergulhamos nos zeros dos 2000, piscinas lisérgicas placentando amnióticas nossos olhos siderados no parâmetro bíblico de todos os fins: O Orgasmo Social. Triste Engels.
Coletivamente idiossincrásicos, patetas, ficamos à disposição do grande fiasco que foi o Inseto Devorador de Milênios, que se propunha a apagar Nossas Histórias em um clic de mouse. Durou pouco o sonho de renascer do vômito. O Big Bug não comeu ninguém. Ninguém comeu. Alguns já eram comidos. Todos sobrevivos. Até o Universo investiu nas Blues Pills, depois, flácido apagou as luzes, riu amarelo e nos trouxe, pusilânimes iconoclastas, até aqui, aos 10 segundos da primeira temporada do Futuro para deflagrar mais um deus de polietileno expandido e nada aconteceu. Só o texto do Jean Paul perdura até os dias de hoje como aforismo clássico em todas as retrospectivas: O Inferno são os outros. Óia nóis aqui, higiênicos lugares comuns de médio poder de compra e uma atitude arenosa de quem comprou uma verdade esmagadora por 10 X 14.90 pelo Shoptime Polycard Ouro. Sacou, Cara? A humanidade é admirável, os outros é que continuam infernais. Esses outros que pensam assim ou assado dos outros e não conseguem convencer ninguém que os outros não são eles, mas os outros. Joguete infame. Esse papo já se decompôs junto com a corrosão dos Ídolos Fake, dos Deuses Fashion e suas camarilhas de enjeitados do Perdão, despejados do Paraíso. Com eles a desmistificação do Saneamento Básico dos pecados e das culpas que são as razões do Prosac Geral que, por sua vez, consubstancia as Razões de Estado preconizadas por MacAvel (X-tudo), incrementadas por Lenin e seduzidas por Trotsky em flagrante choque ideológico com Stalin, que rapidão, evoluiu para choque anafilático letal. Assunto para estadista do Naipe de Celsinho Partimpim, o felpudinho Woodstock, o passarinho Non-sense do Snoop. Sifu! Quebraram a cara do Leon no México com um martelo no Bucefalus. Aquele martelinho do Logo cruzado com o Foi-se, babau, tchau. E, sacanas, impuseram um Kalo à Frida que teve que aturar o velcro incomodo do cavanhaque louva-deus na sua sobrancelha taturana. Gosto não se discute. Bom gosto sim. Ah! Infâmia, insistes em subverter meu texto?! Ad Perpetum? Sacum, Plus, SUS, pus, cuscuz de ovos crus com coco. Gritam os tambores da jungle: Paul Gauguin é o grande pintor e Caravaggio um grande pintor, ambos corruptores de divinitudes picaretas apenas com a insinuação de seus encarnados, vivos vermelhos em campos cultivados, em nervos expostos, em bisturis de peçonha, em pastos de sangue, músculos e vísceras evisceradas nas necropsias das almas vagabundas que ficaram órfãs da igreja ao longo dos milênios. Esses, todos, assombrados “com a imunidade dos grandes mortos”, como os mitos necrosados, o congresso dos vermes virtuosos, o ideário das pupas altruístas no grande baile das larvas filantropas.
Atenção Srs. Procuradores Gerais cessem a busca! Com vocês, Paul Gauguin e Michelangelo Merisi Caravaggio e seus monstruosos Óleos sobre Telas, seus dedos esmiuçando feridas, moças de eróticos olhos chuvosos, sublimes pincéis anunciando vulvas, bocas sexuais linguando a Essência, energia expostas cutucando os Céus. Um clitóris tumefeito é o cetro da Grande Perguntadora: AVARARIJADAREALIDADE! A Fúria vingatriz da Curiosidade Tátil: Intrusa e promíscua. Providência que a tudo sobrevoa, a tudo assiste voraz de temores, sugadora de Eurekas, pitonisa dos pequenos pânicos terrenos e pós-terrenos, assessora política de druidas, encantadora de veleidades, ELA, A CORVO FÊMEA, linda e negra, com Edgar Allan Poe soberano em seu dorso lançando miolos fritos aos gaviais sublevados e famintos. Seus grasnados conclamam:
– Neurastênicos de todo o mundo, congreguem V. pitís, é hora da apoteose! A cada duas neuras carimbadas um Primata vira deus. Deuses são Nós. Olimpobrás, Já! Prospectaremos um Pré-desejo e salgaremos a hora: Saramago é Morto, e daí? Ignez também e nada mudou. Invadiremos o BC, capitalizaremos o destino! Ou Nós ou o Gelo. Somos a Previdência que a tudo abandona! Adeus Picassas Pombas da Paz e suas doenças fecais! A guerra é o futuro do Nada, Saravá!