Como em todo o Brasil, a região do Cerrado patense já foi habitada por bandos enormes de Tucanos. A espécie Ramphastos toco, também conhecida pelos nomes Tucano-toco, Tucanuçu, Tucanaçu, Tucano-grande e Tucano-boi, hoje já não colore tanto assim os céus da região com seu enorme bico alaranjado com uma mancha negra na ponta e plumagem negra. Mas, graças, de vez em quando vislumbramos grupos de 15 a 20 aves fazendo algazarra com seu canto parecendo um pouco o mugido do gado (vindo daí o nome goiano de Tucano-boi). Dia desses, lá pras bandas dos Vieiras, numa caminhada pela natureza, me deparei com alguns pousados nos galhos de uma árvore seca. O vozerio era intenso, parecendo até que discutiam entre si qual o caminho mais seguro a seguir. Reparei bem e notei que tinha Tucano mirando o Norte, alguns mirando o Sul, outros o Leste e ainda uns voltados para o Oeste. Deu a entender que não estavam chegando a um consenso. Depois de uns quinze minutos num blábláblá tremendo, alçaram voo praticamente ao mesmo tempo e se mandaram. Para onde não sei.
* Texto e foto (01/06/2015): Eitel Teixeira Dannemann.