teu corpo escorre sol quando nas ancas
o mar revém para rever axilas
um polvo estende mais de cem pupilas
há periscópios pelas praias brancas.
arquipélago: me aconchego às ilhas
onde as marés te beijam e onde estancas
os vendavais: teus braços entre-lançam
sete lençóis de espumas: que são filhas
da mesma cama onde dormimos pérolas
onde teus pés se plantam se vegetas:
a terra se entumesce, digo, teus seios
são lábios de dizer muitas galáxias
teu leite derramado ao céu aberto
mas só teu corpo é pasto dos poetas.
* Foto: Palavrastodaspalavras.wordpress.com, meramente ilustrativa.