Olho a árvore e indago:
Está aí para quê?
O mundo é sem sentido
Quanto mais vasto é
Esta pedra, esta folha
Este mar sem tamanho
Fecham-se em si, me repelem
Pervago um mundo estranho
Mas em meio à estranheza do mundo
Descubro uma nova beleza
Com que me deslumbro:
É teu doce sorriso
É tua pele macia
São teus olhos brilhando
É essa tua alegria
Olho a árvore e já não pergunto
“para quê”?
A estranheza do mundo
Se dissipa em você
Fonte: CD “Estação 21” de Maurício de Castro, gravado entre janeiro de 2009 a agosto de 2010.