ATOR, O

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

Ao corpo não pensa, sabe
e tudo que há é dentro
(ou fora ou sob ou sobre)
em função de seu gesto
único: fingir existência

o corpo não lembra, está
ou dorme, indiferente
enquanto sonha uma fuga
e o mundo dá seu giro
obedecendo ao calendário

o corpo deseja, e muito –
confunde espelho e janela
de onde acena para si mesmo:
sem olhar para baixo, vai

passeando sobre o abismo

* Foto: Mdig.com.

Compartilhe