A hora de recreio já estava quase terminando e por isso Joãozinho e Luisinho conversavam sentados no banco do pátio, aguardando o toque da campainha para retornarem à sala de aula.
A professora da escola estadual de Periquinho Verde estava ali por perto, a uma distância que lhe permitia ouvir, mesmo sem estar prestando atenção, a conversa entre os dois meninos. Mas certo trecho do diálogo despertou seu interesse. Foi quando o Luizinho, pretendendo contar vantagem, disse ao coleguinha:
– Meu pai é tão alto, mas tão alto, que um dia ele levantou os braços e encostou a mão nas nuvens.
A professora esperou pela resposta, porque sabia que Joãozinho não deixaria passar em branco a gabarolice do seu companheiro de classe. E ela veio de imediato, pois o menino não perdeu tempo para retrucar:
– Quando ele encostou a mão lá nas nuvens, tenho certeza de que sentiu algo macio, não foi?
– Exatamente.
– Pois é. Era o saco do meu pai.