SESOSTRIS DIAS MACIEL (MAJOR GOTE): FALECIMENTO − 1

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GOTEMAJOR SESOSTRIS DIAS MACIEL – 12/04/1942

Telegrama do Rio, dirigido ao cel. Farnese Dias Maciel, trouxe-nos a infausta noticia do falecimento, ocorrido ontem, na Capital Federal, á rua General Polidoro, 69, do Major Sesostris Dias Maciel¹. A triste nova correu célere por toda cidade, enchendo do mais profundo pezar os inumeros amigos e a todos os membros da familia Maciel a que pertencia o ilustre morto e da qual era um dos maiores expoentes pelas qualidades e virtudes que exornavam o seu grande coração.

O Major Gotte falece aos 78 anos de idade, deixando viuva a Exma. Sra. D. Balbina Maciel e os seguintes filhos: D. Orieta Maciel, viuva do sr. Miguel Dias Maciel; stas. Lisete e Cremilda Maciel; D. Pelina Maciel da Luz, dignissima esposa do dr. Newton Ribeiro da Luz, juiz de direito de uma das varas da capital mineira. Era irmão do saudoso Presidente Olegario Dias Maciel e dos srs. cel. Farnese Dias Maciel, fazendeiro e chefe do municipio; cel. Osorio Dias Maciel, capitalista; major Antonio Dias Maciel, ex-coletor estadual; Amadeu Dias Maciel, boiadeiro e fazendeiro; Edmundo Dias Maciel, fazendeiro; d. Albertina Maciel; d. Julieta Maciel e Barros, viuva do dr. Marcolino de Barros. Deixa muitos netos e entre eles o dr. Ademar Dias Maciel, advogado, a snta. Nize Maciel da Luz, atualmente nesta cidade.

O MAJOR GOTE – SEU FALECIMENTO – 19/04/1942

Como noticiamos em nosso ultimo numero, repercutiu dolorosamente em nosso meio a noticia da morte do cel.² Sesostris Dias Maciel, conhecido mais pela sua alcunha de familia – de Gotte – com aqual assinava quasi todos os seus papeis.

Nascido em Patos, ha 78 anos, aqui se formou e viveu durante mais de 60 anos, deixando desta vida traços marcantes. Moço ainda ocupou, em 1889, a Presidencia da Camara Municipal, na qual foi vereador por varias legislaturas. Dos cargos publicos que exerceu, tornou-se, no entanto, mais popular, no de delegado de policia, onde a sua ação ponderada e boa se fazia sentir como instrumento de concordia e equilibrio social.

De coração magnanimo, nunca recolhia um bebedo sem dar-lhes conselhos, nem prendia um jovem sem tentar mostrar-lhe o caminho errado.

Neste campo, existe na memoria dos que já vão ficando velhos, largo anedotario, em que a figura do morto aparece sempre pelo lado favoravel, como dono de largo e generoso coração.

O articulista que focalizou a personalidade do Major Gotte em nosso ultimo numero mostrou a face mais marcante de sua vida, a de comerciante e de homem empreendedor a quem Patos deve assinalados serviços. Em outros artigos nosso jornal estudará esta figura impar de nosso primeiro periodo de vida como núcleo social em formação.

A “Folha de Patos” sugere ao sr. Prefeito Municipal, que dê a uma das novas ruas de nossa cidade o seu nome para que seja sempre lembrado das gerações futuras³.

* 1: Leia “Sesostris Dias Maciel e a 1.ª Estrada de Rodagem”, “Casa Gótte” e “Casa Gótte – 1915”.

* 2: Houve um equívoco, pois Sesostris Dias Maciel foi Major e não Coronel (cel.).

* 3: Na sessão da Câmara Municipal de 19 de abril de 1883, houve a autorização para abrir uma rua no chamado Beco do Fogo partindo do largo Antonio Dias (Praça Antônio Dias) e dirigindo-se para a Chapada (região do PTC) com o nome de Rua Direita. Depois de alguns debates, o autor do projeto (Eliziário José de Andrade) alegou que a rua seria dentro de pouco tempo a mais importante da cidade. Mais tarde o antigo Beco do Fogo desapareceu e a rua foi denominada Desembargador Frederico. Durante a Ditadura Vargas, por imposição da Chefia de Polícia de Minas Gerais, a rua tomou o nome de Benedito Valadares. Finalmente, na gestão de Vicente Pereira Guimarães, a partir de 1947, a rua passou a se chamar Major Gote.

* Fontes: Textos publicados no jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História do Unipam; Patos de Minas: Capital do Milho, de Oliveira Mello.

* Foto: Do livro Domínio de Pecuários e Enxadachins, batida pouco antes do embarque do Major e família com destino a Paris. Como o livro foi publicado em 1974, está registrado que a viagem aconteceu “no final do século passado”, que era o final dos anos 1800. Está bem caracterizado o costume da época em fotos de família: o “chefe” da casa e o filho (futuro chefe) sentados e esposa e filhas em pé ao lado.

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