ORIGEM DO UNIPAM

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Em 1968 o professor Durval Antônio Pereira, assistente no Departamento de História da Faculdade de Filosofia da UFMG, onde trabalhava desde 1961, foi procurado pelo então Deputado Leopoldo da Silva Porto e pelo professor Waldemar Antônio Mendes, que o convidaram para coordenar os trabalhos de constituição da Fundação Universitária de Patos de Minas e de criação de uma Faculdade de Filosofia para aquela região mineira.

Chegando a Patos o Professor Durval, nomeado pelo Governador do Estado seu representante nos atos constitutivos da Fundação, tomou conhecimento de outro movimento para criação de uma Faculdade sob o patrocínio da Universidade Católica de Minas Gerais. Reuniões foram feitas entre os membros dos dois grupos e decidiu-se pela criação de uma escola superior inteiramente autônoma, subordinada ao Conselho Estadual de Educação. A bem da verdade, com exceção dos integrantes do movimento, a opinião pública patense mostrava-se bastante cética quanto às possibilidades da cidade contar com uma Faculdade, especialmente depois do recente fracasso envolvendo a DEMIPA. Muitas pessoas influentes nem mesmo acreditavam, mas felizmente ninguém dificultou o cumprimento da iniciativa do deputado Leopoldo Porto, e na medida do possível, um grande número apoiou a campanha com palavras e recursos materiais. Formou-se um grupo de trabalho, que não obstante fosse pequeno era muito bom: Anávio Braz de Queiroz, Pedro Pereira dos Santos, Waldemar Antônio Mendes, José de Souza Maia, Dirceu Deoclaciano Pacheco, Reverendo Oadi Salum, Lázaro Pereira da Cunha, Padre Paulo Egídio de Azevedo, Terezinha de Deus Fonseca, Altamir Pereira da Fonseca, Filomena de Macedo Melo, Dácio Pereira da Fonseca, Paulo Mendes Pereira, José Mendonça de Morais, Sebastião Alves do Nascimento, Maria da Penha Olivieri, D. Jorge Scarso, Edson Geraldo Gomes, Wulfrano Patrício, José Maria Vaz Borges, Irmão Geraldo Feliciano de Macedo e José Muriel Cardoso.

Caravanas formadas por algumas das pessoas acima citadas percorreram cidades vizinhas solicitando apoio: reuniões públicas e fechadas foram realizadas com muita frequência, alguns quilos de documentos foram preparados e as doações em dinheiro e em bens foram compondo o patrimônio da Fundação Universitária de Patos de Minas. Cumpridas as exigências legais e patrimoniais foi instalada pelo Governo do Estado, através de seu representante, o professor Durval, a Fundação Universitária em ato público assistido pelo promotor de justiça, Dr. Paulo Mendes Pereira.

Para dirigir a nova entidade foi empossado o seu 1º Conselho Curador integrado por 3 membros titulares e 3 suplentes a saber: Prof. Durval Antônio Pereira (Presidente), Prof.ª Maria da Penha de Castro Olivieri (Secretária), Padre Paulo Egidio de Azevedo e D. Jorge Scarso, Anávio Braz de Queiroz, Antônio Vieira Caixeta.

A diretoria teria como missão principal montar o processo para conseguir a autorização para funcionamento da Faculdade de Filosofia. Centenas de professores universitários de Belo Horizonte, Uberaba e Patos de Minas foram visitados e convidados a comporem o corpo docente da futura unidade de ensino superior. Novamente quilos e mais quilos de documentos foram organizados e enviados ao Conselho Estadual de Educação para análise das possibilidades dos professores indicados. Vários foram recusados, mas o cumprimento das diligências exigindo ampliação do acervo da biblioteca e a indicação de novos professores possibilitou a autorização da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas (FAFIPA). As provas de vestibular foram realizadas e os 246 universitários iniciaram suas aulas no dia 16 de maio de 1970.

O Irmão Geraldo Feliciano de Macedo tornou-se o Diretor da Faculdade enquanto o Reverendo Oadi Salum foi indicado para Diretor Executivo da Fundação.

Durante a luta dantesca para a criação e instalação da Faculdade de Patos não se pode esquecer a significação de certos fatos e certos gestos desinteressados, sem os quais teria sido impossível cumprir a missão confiada ao professor Durval e ao seu grupo de trabalhos; a cidade e toda a região do Alto Paranaíba deve reconhecer os méritos e tributar muita gratidão aos Irmãos Maristas, que num gesto abnegado, com sacrifício do Colégio e da privacidade de sua casa de ensino, souberam entender as dificuldades da comunidade e ceder o prédio para o funcionamento sem qualquer ônus para a Fundação Universitária.

Outro fato de relevância significativa através dos tempos foi a coragem e desprendimento de um grupo de jovens professores de Belo Horizonte, que, semanalmente, se deslocavam para Patos, em ônibus, por estradas ora poeirentas, ora lamacentas, para tornar possível o funcionamento da Faculdade. Sem eles, seriam outros, é claro, mas a grandiosidade do fato desses jovens pioneiros nunca poderá ser esquecido. Portanto, deve ficar registrada a gratidão da cidade aos professores Jair Marçal, Antônio Marum, Wilson Camargos, Mílton, Ailton, Samuel, Galba, João Bosco, Pedrinho e Maria dos Reis.

* Fonte: Coluna Conterrâneo Ausente, Durval Antônio Pereira, da edição n.º 11 da revista A Debulha de 15 de outubro de 1980, do arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.

Foto: Unipam.

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