Antônio Dias Maciel e seu irmão Jerônimo Dias Maciel são, efetivamente, os responsáveis pela origem da família Maciel em Patos de Minas.
Antônio Dias Maciel nasceu em Pitangui em 1º de janeiro de 1826. Jerônimo Dias Maciel nasceu em Bom Despacho do Picão, distrito de Pitangui, em 03 de fevereiro de 1831. Filhos do capitão Antônio Dias Maciel e Maria Rosa da Silva Capanema.
Em 25 de novembro de 1854, Antônio se casou com Flaviana Rosa da Silva, então com 14 anos de idade, filha do Capitão Antônio Corrêa da Silva e Balbina Jesuína Vieira. Em 06 de outubro de 1856 nasceu Olegário Dias Maciel, e no ano seguinte, Etelvina Maciel.
Na política de Bom Despacho, Antônio Dias chefiava o Partido Liberal. Em antagonismo, achavam-se seus dois irmãos, Miguel Dias Maciel, à testa do Partido Conservador, tendo por aliado, Alexandre Dias Maciel. O que ainda corre na cidade, em bocas dos mais antigos, é que, por causa da política, houve uma séria desavença entre os irmãos Miguel, Antônio e Jerônimo, por volta de 1856. Miguel permanece em Bom Despacho. Seus irmãos transferem-se para Pitangui.
Miguel Dias Maciel era homem rancoroso e perseguidor persistente. Por mais de uma vez o Governo fez referências às arbitrariedades por ele praticadas. Assim, próximos a Bom Despacho, Antônio e Jerônimo não tiveram sossego.
Por causa disso, no final de 1858, Antônio resolve se mudar de Bom Despacho com destino a Santo Antônio dos Patos. Jerônimo não acompanhou o irmão de imediato. Vieram com ele a esposa Flaviana, os filhos Olegário e Etelvina, alguns escravos, os sogros, o padre Antônio Esteves da Silva Capanema e diversos amigos e correligionários, como o major Manoel José da Motta e seus irmãos José Luiz da Motta e José Antônio da Motta, e ainda o primo José Júlio da Motta.
Após nove dias de viagem a cavalo chegaram a Patos. Estabeleceram-se, provisoriamente, no Largo da Matriz, hoje Praça Dom Eduardo, arranchados em barracas improvisadas. Enquanto Antônio procurava adquirir terras para começar uma nova vida, os irmãos Motta e o primo foram para Santa Rita da Boa Sorte, hoje Presidente Olegário.
No começo de 1859, Jerônimo chegou a Patos.
A liderança dos irmãos Maciel na política patense não se fez de imediato. Outros a comandavam, quando aqui chegaram. Principalmente Joaquim José de Santana e Antônio José dos Santos e Formiguinha. Jovens ainda, Antônio com 33 anos e Jerônimo com 28, cuidaram primeiro de se estabelecerem. Daí há pouco, era bastante conhecida a firma Maciel, Irmãos & Cia. As amizades foram chegando, gradativamente, graças àquela atração que só aos líderes autênticos é dado transmitir. Nos últimos anos que se fizeram necessários para a elevação do Distrito a Vila, o trabalho dos irmãos foi decisivo.
Antônio Dias Maciel, o Barão de Araguari, título lhe auferido em agosto de 1889, foi uma figura de grande importância histórica para Patos de Minas. Além de fazendeiro, pecuarista, vitinicultor, vereador e presidente da Câmara, primeiro juiz da Comarca recém-criada, propugnador do desenvolvimento da região, Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional de Patos, exerceu as suas atividades até o seu falecimento em 1º de julho de 1910.
Jerônimo Dias Maciel foi o primeiro presidente da Câmara de Patos e exerceu outros vários mandatos de vereador. Foi ainda boticário, delegado de polícia, juiz, presidente da Intendência, coletor de rendas gerais e provinciais. Como seu irmão, exerceu as suas atividades até o seu falecimento em 13 de agosto de 1906.
Filhos de Antônio Dias Maciel: Olegário, Etelvina (Nhá), Edmundo, Farnese, Sesostres, Olinta, Antônio Dias Maciel Júnior (Tonho), Flaviano, Osório, Amadeu, Albertina, Edmundo (Major), Julieta e Ataliba.
Jerônimo casou com sua sobrinha Etelvina (Nhá) em 06 de julho de 1872 e teve treze filhos: Amália, Agenor, Jorgeta, Jaime, Jacques, Eumênia, Olinto, Dolores, Marieta, os trigêmios Ataualpa, Ataulfo e Ataliba, e Flaviana (Nhazita).
* Fontes: Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca; Projeto Famílias Tradicionais Patenses, Etapa 1995: Borges & Maciel.
* Foto: Wikipédia.