Da família Pipridae, O Tangarazinho (Ilicura militaris) é também conhecido como saíra-ilicúria, estalador (MG) e tangará-arco-íris (algumas regiões de SC). Endêmico do Brasil, ocorre na Mata Atlântica desde o sul da Bahia até o sul de Santa Catarina. Há uma população na região central de Goiás, nos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica do Rio Corumbá.
Seu nome científico significa: de ilex, ilicis = referente à espécie botânica (Ilex aquifolium); e do (grego) oura = cauda; e do (latim) mille, milia, millia, ou militaris = mil, milhar ou referente a grande quantidade, militar. ⇒ (Ave) com cauda pontuda (e aparência) militar. Sobre a etimologia de Ilicura, é que o elemento formador Ilex (genitivo: ilicis) seria uma alusão à aparência da cauda do pássaro, cujas retrizes centrais pontiagudas são comparáveis aos espinhos das folhas de Ilex aquifolium, árvore aparentada à popular erva-mate Ilex paraguariensis.
O macho mede 12,5 centímetros de comprimento e a fêmea, 11 centímetros, incluindo o prolongamento da cauda. Apresenta o típico dimorfismo sexual do gênero, com o macho possuindo 4 cores: branco, verde, preto e vermelho, em um padrão bastante marcante; a fêmea é verde-oliva nas partes superiores e cinza nos lados da cabeça e garganta, apresentando a cauda com prolongamento menor do que a do macho. Os jovens desta espécie apresentam plumagem semelhante a plumagem das fêmeas adultas. Os machos com plumagem de imaturos e sexualmente maduros têm inicialmente uma plumagem verde que é indistinguível da plumagem das fêmeas.
Apresenta vocalização ou chamado em tom agudo, e frequenta áreas sombreadas a média e baixa altura da vegetação. Alimenta-se de frutinhas, que engole inteiras (típico dos Pipridae), e pequenos insetos. Aprecia os frutos da magnólia-amarela (Michelia champaca) e o fruto maduro da erva-de-passarinho (Struthanthus polyrhysus).
Faz o ninho em forma de taça, com 2 ou 3 ovos. No acasalamento, o macho efetua uma dança diante da fêmea e realiza um “vai-vem” de um galho a outro, lembrando o ato de costurar, o que lhe rendeu o nome regional, no litoral sul de São Paulo, de “tangará-rendeira”. Durante o acasalamento, e mesmo fora dele, ele emite surpreendentes sons com suas penas especiais em voos curtos. Os sons assemelham-se ao de passar-se com força e rapidamente uma vareta numa grade de metal. Varia de incomum a localmente comum nos estratos inferior e médio de florestas úmidas e capoeiras altas. Vive normalmente solitário, sendo observado com maior frequência alimentando-se em árvores frutíferas e arbustos, nas bordas das florestas.
* Fonte: wikiaves.
* Foto: ebird.org.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.