TIÊ-SANGUE

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, PÁSSAROS.

Pássaro símbolo da Mata Atlântica e um dos mais espetaculares do mundo, o Tiê-Sangue (Ramphocelus bresilius), também conhecido como sangue-de-boi, tiê-fogo, chau-baêta, japiranga e tapiranga, é da família Thraupidae, reconhecido pela beleza de sua plumagem vermelha. Seu nome científico significa: do (grego) rhamphos = bico; e koilos, këlis, kelas = côncavo, marcado; e do (latim) bresilius = referente ao Brasil, brasileiro. ⇒ (Pássaro) brasileiro com bico côncavo. Encontrado exclusivamente no Brasil, do Rio Grande do Norte a Santa Catarina. Varia de incomum a localmente comum em capoeiras baixas, bordas de florestas, restingas e plantações, às vezes também em parques e praças de cidades. Parece estar se expandindo para o interior notadamente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Pela ampla área de distribuição e quantidade de indivíduos registrados, essa espécie é considerada como Pouco Preocupante de extinção na natureza. Possui duas subespécies reconhecidas: Ramphocelus bresilius bresilius − Da Paraíba ao sul da Bahia; apresenta o dorso vermelho brilhante, sem estrias negras. Ramphocelus bresilius dorsalis − do Rio de Janeiro até Santa Catarina; a coloração do dorso com um vermelho mais escuro e estriado do que a subespécie nominal.

Mede entre 18 e 19 centímetros de comprimento e pesa entre 27,9 e 35,5 gramas. A plumagem do macho é de um vermelho-vivo, que deu origem ao nome. Parte das asas e da cauda são pretas. A espécie apresenta dimorfismo sexual, sendo a plumagem da fêmea menos vistosa, de cor parda nas partes superiores e marrom-avermelhada nas inferiores. O macho imaturo é semelhante à fêmea na plumagem, mas o bico é totalmente negro e não pardo. Uma característica importante do gênero Ramphocelus, e que ocorre exclusivamente no macho, é a calosidade branca reluzente na base da mandíbula. Essa espécie não é considerada entre as que possuem canto mais bonito. A vocalização de chamada (ou advertência) é muito dura. O canto é um gorjear melodioso e trissilábico, que costuma ser repetido sem pressa. Às vezes, alguns indivíduos vocalizam juntos. Seu comportamento é semelhante ao da pipira-vermelha (Ramphocelus carbo), porém vive mais aos pares do que em pequenos grupos. Costuma frequentar comedouros.

É frugívoro, tendo certa preferência pelos frutos da embaúba e da aroeira, frutas carnudas e secas, botões de flores, néctar, folhas, insetos, vermes e outros pequenos artrópodes. Quando está em cativeiro o ideal que se ofereça alimentos frescos e manipulados com higiene, tais como feijão, lentilha, ervilha, proteína de soja e grão-de-bico semi-cozidos. Milho verde, verduras, brotos, frutas como tomate, mamão, maçã, banana, frutas cítricas, cereais e ovo cozido também são bem aceitos. A banana também tem importante papel em sua alimentação, especialmente na natureza. Um fator que beneficiou a manutenção da população do Tiê-sangue e de outros thraupídeos no litoral do Sudeste foi a extensiva cultura da banana, que fornece uma rica fonte de alimentação, durante todo o ano, a um grande número de espécies.

Reproduz na primavera e no verão. Chega à maturidade sexual aos 12 meses, mas a soberba plumagem rubro-negra do macho só é adquirida no segundo ano de vida. Constrói o ninho em forma de cesto, que muitas vezes é forrado com materiais do tipo fibra de palmeira, fibra de sisal, fibra de coco e raiz de capim. A fêmea põe 2 ou 3 ovos verde-azulados lustrosos, com pintas pretas, pesando em média 3 gramas. Apenas a fêmea incuba, no entanto após o nascimento dos filhotes, vários indivíduos alimentam a prole, inclusive machos. As posturas ocorrem de duas a três vezes por temporada, com período de incubação de 13 dias, e os filhotes tornam-se independentes aproximadamente 35 dias após o nascimento. Durante o acasalamento os machos costumam levantar a cabeça verticalmente, exibindo ao máximo a base reluzente da mandíbula, para assim atrair a fêmea.

Os ninhos costumam ser parasitados pela espécie vira-bosta (Molothrus bonariensis) e atacados pelo Chupim. Esta espécie é parasita de vários pássaros, uma vez que invadem os ninhos, quebram os ovos dos pais e botam seus próprios ovos. Desta forma todo o trabalho de chocar e criar os filhotes do Chupim fica a cargo dos “padrastos”.

* Fontes: Casadospassaros.net e wikiaves.com.br.

* Foto: Flickr.com.

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