Da família Thamnophilidae, possuindo onze subespécies, a Choca-barrada, também conhecida como Maria-cocá, Gata-veia (interior paulista) e em algumas cidades do Triângulo Mineiro, Se-eu-sou-seu-coroné, um nome onomatopeico devido ao canto. Seu nome científico significa: do (grego) thamnos = arbusto; e -philos = que adora, que ama; e do (latim) doliatus = barrado, listrado. ⇒ (Pássaro) barrado que adora os arbustos.
Ocorre na maior parte do Brasil, estando ausente apenas no Nordeste, no sul da região Sul e em certas partes da Amazônia Central. Ocorre também nos países vizinhos da Venezuela, Guianas, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, norte da Argentina, e toda a América Central até a costa leste do México.
Domina no macho a coloração negra, enquanto a fêmea é amarronzada. Entretanto, o macho é todo barrado (razão de um dos nomes comuns), exceto pelo negro uniforme do alto da cabeça, enquanto a fêmea possui somente os lados da cabeça estriados. Na ave adulta, o olho é branco com leve tom amarelado (marrom avermelhado nos juvenis). Também mantém as penas da cabeça eriçadas boa parte do tempo, em um topete muito destacado. Apresenta um comprimento de 16 centímetros. Percorre a parte central e alta dos arbustos, caçando invertebrados e mantendo contato com piados graves. Costuma frequentar as capoeiras, bordas da mata ciliar e de galeria, cerradões e matas secas, raramente entrando alguns metros na vegetação mais alta.
Em seu comportamento reprodutivo, constrói seus ninhos nas bordas da mata e nos arbustos. O ninho em forma de taça costuma ser construído em arbustos fechados. Os ovos, geralmente dois, são incubados pelo casal por cerca de duas semanas. O casal se reveza na alimentação dos filhotes, que levam mais duas semanas para abandonar o ninho. Há relatos de casais que procriaram duas vezes na mesma estação reprodutiva.
É a choca de distribuição mais ampla e a que mais se aproxima do ser humano, tanto por não ser arisca quanto por ser bem generalista e se adaptar a áreas alteradas. Sua distribuição original compreendia cerradões, bordas de matas de galeria e outras formações florestais não muito densas. No fim da década de 80 sua aparição em áreas urbanas foi até motivo para publicações em periódicos ornitológicos, mas hoje em dia sua presença em nossas cidades já não é mais novidade e já foi encontrada até mesmo em parques próximos ao centro de metrópoles como Campinas e Ribeirão Preto. Sua distribuição vem crescendo e recentemente chegou à cidade de São Paulo, que está fora de sua distribuição original, que era restrita a áreas de cerrado.
* Fonte e foto: Wikiaves.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.