O Andarilho (Geositta poeciloptera), da família Furnariidae, é nativa do centro e leste da América do Sul. Distribui-se nos Estados do centro-sul do Brasil, desde o centro de Mato Grosso, Goiás, até o centro de Minas Gerais. Mede entre 11 e 12 cm de comprimento e pesa entre 17 e 19 gramas. Vive aos pares, é terrestre e discreto, esconde-se nas pastagens e, se ameaçado, parte repentinamente num longo voo. É marrom na parte superior com uma fina faixa branca na testa. Asas escuras, ruivas nas penas de voo; a cauda curta é ruiva com uma larga faixa subterminal preta. Garganta branca, marrom abaixo com peito manchado.
Em São Paulo é considerada extinta. Também mantém populações localizadas no extremo leste da Bolívia (nordeste de Santa Cruz na Serranía de Huanchaca), e um espécime foi coletado no extremo norte do Paraguai em 1938. É uma espécie característica do ecossistema do Cerrado. Seus habitats naturais são planícies, com gramíneas esparsas, abertas ou pontilhadas de poucas árvores e arbustos, principalmente entre 500 e 1.200 metros de altitude. É mais numeroso em áreas de queimadas recentes, mesmo quando o solo ainda está fumegando, e já desapareceu de algumas áreas do Cerrado por falta de queimadas.
Nidifica em tocas de tatu em campos, onde constrói seu ninho com matéria vegetal seca. Vive aos pares, é terrestre e discreto, e como o nome indica, aprecia caminhar pelo solo, e se ameaçado, esconde-se rapidamente nas pastagens ou parte repentinamente num longo voo. Expõe-se em montículos elevados abrindo as asas e realiza voos de exibição batendo as asas de forma sincronizada.
Os hábitos desse pássaro são pouco compreendidos e há uma série de perguntas sem respostas sobre sua história natural. Por exemplo, esta espécie é capaz de movimentos comparativamente de longa distância entre manchas de habitat adequado, uma vez que parece quase desaparecer de áreas favoráveis após a reprodução e como é capaz de
“recolonizar” áreas recentemente queimadas tão rapidamente.
Foi classificado como ameaçado de extinção em grau vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) devido ao rápido declínio de sua população como resultado da destruição e conversão de seu habitat de Cerrado para uso humano. O canto é um “tlitlitlip!” simples e repetido.
* Fonte e foto: Texto de Alan Costa, de passaro.org.