Desde a Vila de Santo Antônio dos Patos, cães sem dono zanzando pela Cidade é cena constante. Não se sabia até então como esse grave problema era resolvido. Os jornais, a partir do 1.º em 1905 (O Trabalho), costumavam publicar pedidos de solução ao poder público, como, por exemplo: Sr. Fiscal, mais um pouco de bôa vontade, escecute a lei que manda extinguir a canxoada¹.
Quer dizer que existia uma lei que permitia executar sumariamente os pobres caninos abandonados. Mas como? Eis que a edição de 04 de março de 1945 do jornal Folha de Patos nos apresenta um método de extermínio de cães que se usava naquele tempo:
Varios leitores pedem façamos um apelo a quem de direito para a eliminação da grande quantidade de cães vadios que vêm infestando a cidade. De fato é medida de higiene e de fôro público o exterminio das manadas de cães que percorrem todo o centro da cidade virando as latas de lixo. Ao tempo em que o fiscal trazia a pequena bola no bolso, a coisa era muito mais simples do que hoje em que essa medida radical foi abolida. Si ela era exagerada passemos de um extremo a outro, porque o exagero da infinidade aborrecida de cães vadios é muito mais pernicioso.
Como se percebe, essa tradicional bola, que nada mais é do que um alimento envenenado, é muito antiga. Só não se sabe qual o veneno era usado. Independente disso, que método cruel os nossos antepassados usavam para eliminar os cães de rua!
* 1: Leia “Câes Vadios – 1907” e outros textos relacionados a “cães vadios”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte do jornal: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Início do texto original.