TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1944)
Já extamos experimentando os benéficos resultados de as Prefeituras controlarem o mercado de açucar nos municípios.
Nós que, perdidos neste distanciado sertão de Minas, tínhamos de adoçar os chás e cafés com a amargura de um açucar a 10 cruzeiros o quilo e a 350 ou 400 cruzeiros a saca, já encontramos o escasso produto, na praça, a 200 cruzeiros cada saca.
Foi intenso o movimento de entrega de sacas de açucar durante a semana a domicilio, na cidade, temendo tôda gente perdesse a oportunidade de substituir a rapadura pelo açucar no cafezinho que havia deixado de ser suculento.
Sabemos ter a Prefeitura providenciado uma boa reserva para a venda barata de açucar, no varejo, aos menos favorecidos, àqueles que não podem adquirir uma saca de uma vez.
E’ muitissimo justa esta providência, porque a atitude do Governo é precipuamente de amparo ao mais pobre e ao que menos pode.
Logo que verificada a crise de açucar, toda a gente se voltou para a velha e bolorenta rapadura, mas esta, envaidecida, cuidou logo de tambem subir, alcançando preço de 3,50 ou 5 cruzeiros a taboa.
Ninguém pôde, assim, voltar aos velhos hábitos do café temperado com rapadura, porque esta era de amargar. Na conjuntura, o reaparecimento do açúcar fê-lo como que mais jovial e mais doce…
* Fonte: Texto publicado com o título “Açucar mais doce” na edição de 13 de agosto de 1944 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Terceiro parágrafo do texto original.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.