CARNAVAL PROIBIDO EM 1945

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No silencioso depoimento das folhinhas, os tres dias que começam a decorrer de hoje são consagrados ao carnaval.

O povo brasileiro, entretanto, coerentemente não tomou conhecimento do transcurso que a folhinha assinala.

E não podia ser de outra forma, porque o carnaval é a festa da alegria e do prazer, incabiveis e inaceitaveis no momento em que a mocidade brasileira está morrendo nos campos de batalha.

O Carnaval é a manifestação da alegria sadia da mocidade. E esta mocidade não pode sentir os efluvios desse calor, porque os seus mais valorosos especimens sucumbem nos degelos tiritantes do front italiano.

Para um carnaval de zabumbas e esgares, é preciso tranquilidade de espirito, alegria comunicativa e prazer infindo que os horrores da guerra não permitem floresçam nos jovens corações brasileiros.

O brasileiro que vivia e palpitava nos cordões carnavalescos, este ano, fez uma tregua neste suculento e velho habito, em homenagem aos expedicionarios que lutam na Europa.

Os grandes clubes das capitais proibiram o carnaval. Com essa união de vista e com esta solidariedade, o Brasil se torna maior e mais arrebatado para o carnaval do proximo ano, na harmonia da alegria e da paz.

* Fonte: Texto publicado com o título “Carnaval” na edição de 04 de fevereiro de 1945 do Jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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