CRIME HORROROSO EM ARÊADO DE PATOS: CONTESTAÇÃO DA POLÍCIA

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Surprehendidos com a noticia que “O Commercio” de Patos, trouxe hoje em suas columnas, nos erguemos corajosos, promptos e avidos de defender a nossa honra, como autoridades e como cidadãos cumpridores dos deveres que nos são impostos.

Trata-se de desmentir um crime barbaro, horroroso e horripilante que nunca foi praticado no gremio de nossa sociedade, e que “O Commercio” descreve e comenta como veridico e certo. O muito digno correspondente do “O Commercio” aqui, imaginou que deveria florear um pouco a narração do facto, que se diz, ter succedido no logar denominado Abêlha, deste Districto, levando às columnas deste jornal a noticia, que nós, melhor do que elle, sabedores, ignoramos completamente. E’ fora de duvida que, correu por aqui a noticia do desaparecimento do moço, no qual falla o muito digno correspondente do Arêado; porem, com muita satisfação, podemos desmentir, não só estas noticias como as que o Senr. Redactor do “Commercio”, colheu lá, entre os muros da cidade, inserindo-as garbosamente nas columnas, desse jornal, com o fim, talvez, de censurar as autoridades desse pequeno logar. Nós, as autoridades não perdemos tempo; procuramos desvendar os taes segredos, procuramos saber minuciosamente do crime, e como tinha sido praticado, empregamos os meios que a lei nos facultava, verificando logo que isto não passava de uma calumnia, na qual se achavam envolvidos homens de bem em toda extensão da palavra.

Possuimos documentos, nesta occasião colhidos, que nos defendem, que mostram claramente que não dormimos como pensam o nosso digno correspondente e o Senr. Redactor do jornal.

O moço que tinha merecido o nome de victima, está hoje, distante oito leguas, deste arraial, residindo no lugar denominado Campo Alegre, districto de Lagôa Formosa, em casa da Familia Braga, tendo antes estado em casa do Capm. José de Mattos. E se aquelles que levaram tantas calumnias ao “O Commercio”, tiverem ainda qualquer duvida sobre a existencia do moço, não será dificil dirigirem-se a qualquer pessôa do lugar indicado, para a verificação da verdade.

Arêado de Patos, 9 de Abril de 1914.

AMADEU ELOY

Sub-delegado de Policia.

* Fonte: Texto publicado com o título “Desmentido” na edição de 28 de abril de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Trechos do texto original.

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