TEXTO: JORNAL O COMMERCIO (1911)
Causou-me tristeza a noticia tristemente dada pelo “O Commercio”, de domingo ultimo, de que a nossa illustre Camara, ha pouco reunida, nada tratara, relativamente á canalisação d’agua potavel para essa Cidade; porque a futura canalisação do precioso liquido, para este povoado relaciona, actualmente com aquella para o povo de Patos. Ha quasi um anno que o Dr. engenheiro aqui procedeu a medição do terreno para effectuar o orçamento da referida canalisação e até hoje, nada de orçamento. Naquella occasião cheguei mesmo a acreditar na breve realização do importante melhoramento para este lugar, apezar das mofas dos incredulos que diziam que isto de canalisação d’agua era questão de vespera de eleição.
Mas, eis que passam mezes e mezes e esta pobre população, bastante lembrada em certas épocas eleitoraes, bastante conhecida na cobrança dos impostos, vae aguentando tremendas difficuldades no transporte d’agua que è muitas vezes insufficiente para as necessidades e bôa hygiene das familias. Ao menos, ahi ha o recurso das cisternas, porèm aqui estas não dão resultado algum, porque estamos sobre um espigão secco.
Neste estado de cousa devemos continuar sempre e sempre? Não. O nosso digno representante junto à Camara deve agir com o concurso de nossos homens de posição, afim de conseguir o grande desideratum do abastecimento d’agua potavel para o povo de Sant’Anna.
Um grupo da baixa sociedade promoveu aqui a passeiata de um judas na vespera de sabbado de alleluia, resultando alguns disturbios. Ha offendidos queixosos. Lamenta-se a falta de auctoridade e de justiça.
25 − 4 − 1911.
Eliud
* Fonte: Texto publicado com o título “Sant’Anna de Patos − Os Melhoramentos” na edição de 30 de abril de 1911 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Início do texto original.
