O Gourami Pigmeu (Trichopsis pumila) foi descrito pela primeira vez em 1936, quando foi descoberto vivendo em toda a bacia do rio Mekong no Vietnã, Camboja, Laos e Tailândia. Seu habitat natural são corpos d’água de fluxo lento como pântanos, afluentes de rios, planícies aluviais, arrozais e florestas, onde a vegetação aquática costuma ser bastante densa.
Pode atingir até 4 centímetros de comprimento com expectativa de vida de 2 a 5 anos, o que o torna uma excelente opção para aquários pequenos. O corpo possui o formato de uma flecha com a barbatana dorsal situada atrás das barbatanas peitorais. As escamas são iridescentes, produzindo cores verdes, azuis e vermelhas, e há uma única linha escura ao longo do lado de seu corpo. Os olhos são de um azul extremamente brilhante. Assim como o Betta, possui um órgão chamado Labirinto, que lhe permite respirar o ar atmosférico da superfície da água.
É uma das espécies de Trichopsis que é capaz de “falar” usando seus músculos e tendões modificados da barbatana peitoral, que podem ser esticados e tocados como cordas de violão. Ao bater suas barbatanas peitorais, o peixe pode produzir uma pequena explosão de som. Tanto os machos quanto as fêmeas podem emitir sons, geralmente durante o namoro ou comportamento territorial. Estudos mostraram que as espécies de Trichopsis usam sua capacidade de “falar” para resolver conflitos sem contato físico e, ao desovar, as fêmeas emitem um som de ronronar que incentiva o macho a se reproduzir.
A principal fonte de alimento na natureza consiste de pequenos invertebrados e insetos. Em um aquário (pH: 6.0 a 7.0; dureza da água entre 5 e 19; temperatura entre 25 e 28.ºC), ele aceitará rações em flocos como dieta base, mas deverá ser incluir alimentos congelados ou vivos para fornecer um pouco mais de proteína, como artêmias, dáfnias, tubifex ou bloodworms para ajudar no crescimento, na coloração e saúde geral. Para evitar a superalimentação que pode trazer problemas de saúde, é recomendado alimentá-lo uma ou duas vezes por dia.
É considerado um peixe pacífico, mas bastante tímido se o aquário não tiver esconderijos e plantas para que ele possa se esconder. Pode-se mantê-lo tanto sozinho quanto em pares ou pequenos grupos de 4 peixes. É considerado bastante sociável e não terá problemas de convívio. Além disso, não é uma criatura agressiva. Na verdade, ele até têm uma fama de ser um pouco competitivo em relação aos territórios e a proteção de seus filhotes, mas no geral, pode conviver tranquilamente com outros peixes no aquário que possuam tamanho e comportamentos semelhantes. Além disso, ele não se defenderá, então qualquer peixe agressivo pode trazer problemas.
Pode ser um pouco complicado diferenciar o macho da fêmea, mas o macho costuma exibir um padrão de cores mais intenso e desenvolvem barbatanas ventral, anal, dorsal e caudal mais longas do que as fêmeas. Além disso, peixes que estejam sexualmente maduros também pode ser sexados colocando uma luz forte atrás deles, com os ovários nas fêmeas ficando claramente visíveis abaixo de sua bexiga natatória.
É possível reproduzi-lo em casa num aquário separado. Esse aquário de desova deve ser montado como um ambiente tropical e específico para a espécie. Certifique-se de que esse aquário tenha uma tampa bem ajustada, pois isso permite que os alevinos possam acessar uma camada de ar úmido e quente na superfície para proteger seu órgão labirinto enquanto ele se desenvolve. Muitos criadores usam plástico filme embaixo da tampa para fazer isso. Escolha um par saudável de peixes machos e fêmeas e adicione-os no aquário de reprodução. O macho provavelmente construirá um ninho de bolhas embaixo de alguma planta, em um canto do aquário ou mesmo dentro de alguma caverna. Então, o macho irá se enrolar ao redor da fêmea, e os ovos e os espermatozoides serão liberados ao mesmo tempo. O macho recolhe os ovos fertilizados e os carrega para o ninho de bolhas criado. O processo de desova continua até que a fêmea não tenha mais ovos.
Após a desova, pode-se manter os pais dentro do aquário. Nesta fase, a fêmea deixa o macho vigiando o ninho e não desempenhará mais nenhum papel na criação dos filhotes. O macho, por outro lado, ficará protegendo os ovos até que os filhotes eclodam. Os alevinos permanecem presos aos seus sacos vitelinos até que o conteúdo nutricional seja totalmente absorvido. Uma vez que os filhotes estejam nadando livremente, o macho perde o interesse neles. Ao contrário de muitas outras espécies de peixes, o Gourami Pigmeu não se alimenta de seus filhotes. Os alevinos podem ser alimentados com infusórios nos primeiros dias. Quando estiverem um pouco maiores, poderão ser alimentados com náuplios de artêmias e microvermes. À medida que vão crescendo, é preciso fazer trocas parciais de água no aquário para manter o ambiente sempre limpo. O aquário precisa ter no mínimo 20 litros para um único exemplar, embora 40 litros seja recomendado para um grupo com 4 peixes.
* Fonte e foto: Texto de Adriano Golob em myaquarium.com.br.