Não se trata de porco espinho nem de um ouriço comum, mas sim de um Ouriço Pigmeu Africano (Hedgehog). Mamífero e carnívoro, é um bicho bonitinho, peludo, que não espeta e pode ser criado em locais fechados. E ele começa a aparecer em território brasileiro. Com uma média de 20 cm (cabe na palma da mão) e expectativa de vida de 4 a 7 anos, já foi personagem até de games e desenhos. O Sonic, personagem de games das décadas de 1980 e 1990 era, na verdade, um deles e não um porco-espinho, como muitos pensavam.
Na natureza, se alimenta de insetos e raízes, porém, quando domesticado, a base de sua alimentação se torna a ração de gato. Diferente de outros países, como os Estados Unidos, no Brasil não há rações específicas para a espécie, por isso é feita a adaptação com ração felina, tanto úmida quanto seca. Além da ração, a dieta pode ser complementada com larvas e insetos, porém, vindos de criatórios. Frutas também podem agradá-lo, mas não é regra.
É animal noturno e muito ativo. Apesar de divertidas publicações nas redes sociais, não gosta muito de interação e brincadeiras. A posição de bolinha, muito usada nas fotos, é na verdade uma defesa da espécie. A especialista em animais silvestres, Loide Machado, explica que os espinhos ficam para trás. Quando ele se sente ameaçado, os espinhos se cruzam e formam a bolinha. “Alguns são manipuláveis, outros não. Posso dizer que, a cada dez, um é muito legal”, afirma Loide.
Por ser ativo, precisa de espaço para andar e explorar. Assim, para domesticá-lo, é necessário um terrário ou viveiro grande. Além disso, é recomendável que ele possua distrações em seu ambiente, como rodinha para correr, brinquedos, bolas ou túneis. Isso não significa que ele irá brincar como outros animais, mas terá algumas distrações quando estiver ativo.
Os banhos devem ser dados a cada 15 dias ou um mês com shampoo neutro e um nível de água acessível para o tamanho dele. Além disso, as unhas devem ser aparadas a partir do momento em que passam a arranhar, machucar a pata ou atrapalhar os movimentos.
O local para fezes e urina pode variar de animal para animal, mas, em sua maioria, ele não determina um local específico, como cães e gatos. Assim, a higienização do ambiente em que ele fica deve ser diária. Além de receber cuidados maiores uma vez por semana, como uma limpeza com água e sabão neutro, lavagem dos brinquedos e casinha.
A coordenadora de monitoramento do uso da fauna e recursos pesqueiros do IBAMA, Maria Izabel Gomes, explica que por ser um animal exótico, não há regulamentação. “A importação desse animal é proibida e não existem criadouros autorizados. Então a criação é ilegal e, quem tiver o animal, está irregular”, conta. Apesar disso, muitos brasileiros procuram a espécie para adotar como animal de companhia. A especialista Loide atende animais da espécie e conta que o número é maior em São Paulo, mas que já existem domesticados em outras cidades. “É ilegal, mas isso é contraditório. Nada diz que não pode”, conta Loide.”
* Fonte: Gazetadopovo.com.br (Por Redação, colaborou Natalia Basso − 22/08/2017)
* Foto: Meusanimais.com.br.
