Em 1913, em substituição ao Dr. José Gomes Pinheiro, assumiu o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Patos sem ainda o “de Minas”, o Dr. João da Costa Rios. Depois de terminado seu quadriênio, o Governo resolveu substituí-lo. E quando o fez causou um transtorno altamente desagradável ao indicado para a substituição, o Promotor de Justiça da mesma Comarca, Dr. Felippe Emigdio de Medeiros, amigo do Dr. Rios. Algo aconteceu e quem assumiu o cargo no lugar do Dr. Rios foi o Dr. Antônio Carlos Soares de Albergaria. Quem sabe em respeito ao amigo Dr. Rios, Dr. Felippe não aceitou o cargo e continuou como Promotor. Com o título “Incorrecto!”, a edição de 08 de março de 1914 do jornal O Commercio teceu alguns comentário sobre o assunto:
Como todas as cousas em que entra o capricho pessoal, essa historia da não reconducção de Juiz Municipal d’este Termo, tem um lado bastante incorrecto. Ao ser pedida a não recondução do Juiz Municipal d’aqui, foi indicado para substitui-lo, SEM QUE FOSSE CONSULTADO, o Dr. Promotor da Comarca, que, como toda a gente sabe, foi sempre muito amigo do Dr. Rios.
Disseram que assim se fez em confiança ao Promotor Dr. Fellippe! E’ horrivel! Fazer-se um pedido injusto, visando abater a dignidade de um Juiz que cumprio com seus deveres e attirar contra elle, um collega e amigo, quando quasi toda a população de Patos poude observar o profundo abatimento moral em que cahio o Dr. Felippe, ao lêr a noticia de sua nomeação para o cargo de Juiz Municipal. E si o Dr. Felippe tivesse escripto a algum amigo ou conhecido, lamentando o pedido da não reconducção de seu amigo e collega? Uma vez que o Governo não nomeia ninguem sem que de qualquer modo haja um pedido, o amigo ou conhecido julgaria que o Dr. Felippe estava se degenerando em Patos. Foi visto um cavalheiro que occupa saliente posição em Patos, bater no hombro do Dr. Rios e dizer: “que tal o seu amigo Felippe?”.
Ao que, o interpellado respondeu que o Dr. Felippe nada pedira.
Presta-se a tanto e tão variados commentarios, esse caso, que achamos melhor nos calar, deixando ao leitor o trabalho de commental-o. E’ certo que a immensa maioria da população de Patos não concorda com essas cousas!
* Fonte: Jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Edição do texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Início do primeiro parágrafo do texto original.