Se não nos enganamos, o Juiz de Direito naquela época chamava-se Dr. Enéas.
Isso ocorreu na década de 60.
Bem! Dr. Enéas, naquela luta ferrenha como Juiz de Direito e Juiz de Menores, ainda era o responsável pelo Cartório Eleitoral.
Não existia verba para nada. Quando necessitava de qualquer coisa para o Fórum, um advogado, promotor, escrivão, ou o próprio Juiz colaborava financeiramente.
Foi assim que certo dia o Dr. Enéas, chegando ao seu gabinete de trabalho, vê o estado lastimável da cesta de lixo.
A pessoa que sempre ajudava nestas pequenas causas chamava-se Celso. E então o Dr. Enéas solicitou ao Celso a compra da cesta.
Uma hora depois, chega o Celso todo feliz e diz para o seu chefe:
– O dinheiro deu só para a entrada, mas dividi em mais oito prestações…
Ele acabara de comprar uma “Cesta de Natal Amaral”.
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.