ASPECTOS ARQUITETÔNICOS DO PRÉDIO DO INSS

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O edifício, do início dos anos 1970, foi criado com intuito de abrigar o até então existente INPS (Instituto Nacional da Previdência Social), hoje INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Passou por uma grande reforma em 2006 com intuito de se adaptar ao padrão das agências do órgão, sofrendo uma série de adaptações e perdas de seus elementos originais como suas cores, e seus revestimentos.

Como exemplo, temos a substituição das aberturas dos pavimentos superiores que outrora eram formadas por uma grande pele feita de vidro e um material opaco pré-fabricado, por janelas contínuas que formam grandes rasgos horizontais na fachada do edifício. Além disso, no volume vertical cilíndrico de concreto ocorreu a substituição da vedação em cobogó formado por tijolos cerâmicos vazados, por alvenarias sem aberturas. Vale ressaltar também que a disposição interna do edifício foi bastante alterada com as reformas.

Apresenta uma volumetria prismática e longitudinal, ao longo da Rua Tiradentes, com uma composição constituída de elementos básicos de geometria, o que demonstra uma preocupação formal em conceber uma ordem capaz de orientar e organizar a complexidade do edifício. Seus pavimentos superiores possuem volumetria mais rígida, em formato de um prisma retangular, e se sobrepõem a um volume piramidal bastante discreto no térreo, que atualmente se encontra bastante despercebido devido à presença de uma faixa contínua de propaganda com as cores da instituição na sua extremidade. Essa base do edifício é, portanto, predominantemente cega, ou seja, quase não possui aberturas, o que a confere uma aparência bastante pesada, mas por ser mais larga do que os outros pavimentos, recebe sua iluminação por meio de domos de fibra de vidro que permitem a iluminação do tipo zenital a todo pavimento térreo.

Já nos demais pavimentos, percebemos uma falta de preocupação com relação à orientação solar, devido o posicionamento do mesmo tipo de abertura para todas as quatro fachadas, constituindo um pano de vidro constante em todo o edifício. O acesso fica no centro da base piramidal, e o acesso aos pavimentos superiores ocorre por meio de um volume vertical cilíndrico de concreto, atualmente sem aberturas laterais, mas que outrora já possuiu vedação em cobogó formado por tijolos cerâmicos vazados. Esse volume da escada por sua vez, fica disposto de forma assimétrica ao restante do imóvel e contribui para diluir a horizontalidade dominante, além de auxiliar na criação de um marco visual.

O sistema construtivo básico do edifício é o pilar-viga em concreto armado, com sua estrutura independente visível apenas em seu interior. Sua cobertura no pavimento superior é feita por telha de fibrocimento, ocultada por platibandas, o que garante a unidade formal do volume, e no acesso do pavimento térreo é feita por elementos pré-fabricados de concreto (laje autoportante com seção trapezoidal).

O imóvel se insere em uma esquina numa área que apresenta edifícios verticais marcantes para toda a cidade. Dessa forma, o marco visual proposto pelo volume cilíndrico da circulação vertical tem sua capacidade enfraquecida na escala urbana. O pavimento térreo apresenta-se bastante rígido e sem comunicação com o exterior, configurando uma forte barreira, rompida apenas pelo acesso ao edifício, que é feito por um volume que se destaca a fachada no pavimento térreo. Todavia, nos pavimentos superiores, percebemos uma relação homogênea com o exterior por meio de suas aberturas horizontais contínuas. Por fim, pode-se afirmar que as cores e o volume desse edifício são os seus elementos de maior destaque.

* Fonte: Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design – Universidade Federal de Uberlândia – Núcleo de Teoria e História / História e Preservação – Documentação da Arquitetura Moderna no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

* Foto (21/07/2013): Eitel Teixeira Dannemann.

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