Limita-se ao N. com Patos, ao S. com Cruzeiro da Fortaleza e S. Sebastião da Serra do Salitre; a Este com Lagôa Formosa e Carmo do Paranahyba; a Oéste com Patrocinio e Coromandel. Serras principaes são: a Serra Negra e dos Caixétas. Os rios que banham o districto são: o Paranahyba que nasce no logar denominado Estreito, na Matta da Corda, e o Espirito Santo, que nasce na Serra dos Caixétas, e tem sua foz no Paranahyba, a 3 kilometros abaixo do arraial.
Das cachoeiras, a da Posse, de propriedade do Cap. Antonio Pereira Guimarães, é a mais importante com uma queda de 25 metros, distante 33 kilometros do arraial. A superficie do districto é de 1640 kms². A altitude é de 1.100 ms. do nivel do mar. O clima é temperado e salubre. A população é de 10 mil almas.
O arraial de Sant’Anna de Patos, cujo nome official é Sant’Anna do Paranahyba da Barra do Espirito Santo, foi, ácerca de um seculo, fundado por duas mulheres: D. Anna Soares da Encarnação, viuva do portuguez Custodio Ferreira, que fez a doação do terreno para o patrimonio do districto, e D. Margarida de Jesus, que mandou construir a Egreja Matriz. O districto pertenceu ao municipio de Patrocinio, que lhe fica a 54 kilometros, e depois, com a creação do municipio de Patos, foi-lhe annexado. Devido a má colocação do arraial em um espigão de campo sem agua, soffrem os habitantes a falta do precioso liquido, que é com dificuldade colhido no rio Espirito Santo. Essa falta deverá ser remediada com a canalisação d’agua potavel, cujos trabalhos já foram estudados pelo engenheiro Dr. José Jorge.
O cap. José Pereira Guimarães¹ é digno chefe politico, cuja alma generosa e brilhante para o progresso do logar, é merecedora de elogios. As terras são uberrimas. A Pecuaria acha-se em pleno desenvolvimento com magnificos reproductores.
A instrucção publica é bastante cuidada. Na séde do districto funccionam uma escola estadoal para o sexo masculino e uma mixta, dirigida a 1.ª pelo prof. João Ferreira do Amaral, e a 2.ª pela professora D. Joanna Adelina do Amaral. Existe uma escola particular nocturna para adultos, e outras particulares nas roças. O numero de predios é de 126.
A estação ferro-viaria mais proxima é Lavrinha a 42 kilometros da séde do districto. O districto é servido por uma linha de automoveis, que partindo de Patos, vae á estação de Lavrinha, na E. de F. Goyaz.
E’ vigario de Sant’Anna de Patos o Rmo. Padre Francisco dos Reis Pessôa Diniz, homem simples e caridoso, muito amado e estimado. A matriz é consagrada a S. Anna. Ha na Parochia de S. Sebastião do Salitre a matriz de S. Sebastião e as capellas de N. S. da Conceição, do Cruzeiro da Fortaleza, e de S. Benedicto. Aqui a média annual dos casamentos é de 40, dos baptizados 150. As irmandades e associações de S. Anna são: Conferencia S. Vicente de Paula, Rosario Perpetuo e Liga Eucharistica.
A Fazenda Paraizo é uma rica propriedade agricola de propriedade do Exmo. Sr. Rufino Nunes de Paula. A area é de 322 alqueires de excellentes culturas de capim melôso, roxo, e de 996 de campos de criar, banhados pelos rios Paranahyba, Espirito Santo, Fortaleza e Ribeirão da Divisa, além de muitos corregos, em todas as direcções. Esta fazenda, registrada na Sociedade Nacional de Agricultura, possúe dois retiros com cerca de mil rezes de criar, mestiços de zebú. Ali fabricam-se excellentes queijos. Essa propriedade, digna de toda a admiração muito honra o espirito emprehendedor do Sr. Rufino Nunes, trabalhador incançavel e operoso lavrador. Limita-se ao N. com as fazendas de D. Maria Caixéta e Cap. José Pereira Guimarães; ao S. com as dos Srs. Guimarães e Irmãos e Pedro Marques de Carvalho; a E. com as do Sr. Ernesto Mendes da Costa e D. Maria Caixéta; a O. com as dos srs. Cap. José Pereira Guimarães e Virgilio Pereira Caixéta.
NOTA: O jornal O Commercio, em sua edição de 06 de agosto de 1911, publicou um artigo sobre uma propriedade rural de nome Fazendo do Paraizo (https://www.efecadepatos.com.br/?p=12949) com as mesmas características imponentes desta citada por Roberto Capri, sendo dono o Juca Mandú. Das duas uma: a fazenda do Rufino tinha o mesmo nome da outra ou o Juca Mandú a vendeu ao Rufino.
* 1: Juca Mandú, pai do ex-prefeito Vicente Pereira Guimarães (Vicente Mandú).
* Fonte: Livro “Municipio de Patos”, de Roberto Capri, editado em 1916.
* Foto: Anúncio publicado com o título “Casa Economica de Rodrigues & Matos – 1916” em 10 de abril de 2013.