ASPECTOS GEOGRÁFICOS E ESTRUTURAIS DA BACIA DO CÓRREGO DO MONJOLO

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MONJOLOA bacia do Córrego do Monjolo possui uma área de 14,20 km², sendo que 10,004 km² da área estão dentro do perímetro urbano. Nesta área, o córrego possui um trecho de canalização a céu aberto, numa das avenidas da cidade, apresentando, atualmente, problemas de transbordamento em períodos de chuvas.

A crescente urbanização no interior da bacia do Córrego do Monjolo e a impermeabilização do solo propiciaram problemas no período das chuvas. Compreende-se este aspecto devido ao fato de o córrego receber esgoto dos bairros mais altos da cidade que não foram instituídos na construção da Avenida Fátima Porto, que é a avenida onde ocorre a canalização a céu aberto. Esses problemas foram retratados pela imprensa local nos anos de 2008 e 2009, sendo que em 2008 o Córrego do Monjolo passou o nível da Avenida Fátima Porto. No ano de 2009, a chuva que ocorreu por cerca de 10 minutos provocou o aumento do fluxo de água rapidamente danificando a Avenida Ivan Borges que é perpendicular a Avenida Fátima Porto. Além disso, a imprensa local aborda que os problemas fluviais são antigos da cidade e que já houve a liberação de verbas, orçadas em 95 milhões de reais pelo governo do estado, comprovada com a visita do Governador Aécio Neves em Patos de Minas no dia 24 de fevereiro de 2010. Iniciaram-se, então, de acordo com a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, as obras do Córrego do Monjolo.

Outro elemento que também requer atenção é o custo com maquinário e funcionários nas obras de manutenção e recuperação das áreas prejudicadas com a chuva, pois essas áreas não suportam a quantidade de água que escorre nas barreiras de contenção. Além do esgoto que escoa no Córrego, também há o problema de lixo e dos entulhos próximo ao leito. Durante o período das chuvas, grande parte desses materiais é carregada para o curso d’água, potencializando o problema das enchentes. No período da seca ele recebe basicamente o esgoto dos bairros mais altos, devido ao rebaixamento do lençol freático. Assim, propicia um odor forte e inadequado para a qualidade de vida da população.

O processo de redução da água do leito é compreendido pela redução da área de recarga a montante (é a parte onde nasce o rio) da Bacia do Córrego do Monjolo, devido à urbanização, propiciado pela impermeabilização do solo e pela velocidade de escoamento da água por percolação (movimento e filtragem de fluidos por materiais porosos). Além disso, esse fluxo de água provoca a retirada de sedimentos e das barreiras de contenção realizadas com a canalização do Córrego.

Com base nos trabalhos de campo constatou-se que a área da bacia sinaliza problemas que devem ser investigados, propiciando um monitoramento para que não ocorram problemas futuros. Poderão ser tomadas medidas de preservação e medidas mitigatórias nas áreas urbanizadas, conforme Caixeta (2009) aborda:

MONJOLO2Com base nos dados do Corpo de Bombeiros, no ano de 2007, a Avenida em questão sofreu 23 acidentes de trânsito, mas não apresentou ocorrências graves no período das chuvas. Em 2006, foram 19 acidentes de trânsito. A infraestrutura da Avenida Fátima Porto não é a mais adequada no período das chuvas, quando ocorre uma proliferação de mosquitos e o volume de água no Córrego do Monjolo aumenta, acarretando problemas pluviais. O aumento de acidentes pode ser compreendido pelo crescimento das construções na área. De acordo com essa mesma fonte de dados, em 2008, houve 15 ocorrências referentes às chuvas e seis referentes aos acidentes de trânsitos.

Portanto, percebe-se a necessidade de preservação da montante para que não aumente a área de impermeabilização do solo, com um gerenciamento adequado para que no período das chuvas não ocorram problemas a jusante (é o lado para onde se dirige a corrente de água). Assim, com base na criação do Parque Municipal Mirante do Alto da Colina, com esse mapeamento de uma Unidade de Conservação, a montante poderá utilizá-lo através dos agentes formadores no espaço, obtendo um equilíbrio na relação sociedade e natureza.

O Parque com área de 137.000 m² foi criado (Lei nº 2.872/91) devido à inclinação de o terreno ser maior de 45º, entrando na classificação de Área de Preservação Permanente. Está inserido no perímetro urbano e é uma área pequena. A delimitação do Parque Municipal, por meio visual, onde sinalizava área não urbanizada obteve uma área de 244.807,68 m². Observando que a área do Parque regulamentada é menor comprova que a urbanização neste ponto da cidade ainda não sofre uma pressão intensiva de ocupação. Porém, sendo um Parque inserido no perímetro urbano, necessita de uma integração com a sociedade para a sua conservação e a melhor qualidade de vida da população.

Na Carta Imagem de Satélite HRC/ CEBERS-2B percebe-se que a área com processos erosivos a montante está cercada pela cidade. Na área inferior esta tem uma intensa urbanização e na parte superior percebe-se que tem uma sinalização de edificação. Além disso, com base em observação da forma e das tonalidades na Imagem, devido a esta ser uma imagem pancromática (imagem obtida por um radiômetro capaz de registar a energia eletromagnética numa única banda de frequências que inclui a maior parte da zona da luz visível), que a área tem em seu interior formas irregulares e tonalidades claras, comprovando a exposição do solo e também as áreas de empréstimos. Foi comprovado por meio do trabalho de campo que ocorreu a retirada de cascalho, ocasionando a instabilidade e sinalizando uma maior atenção dos gestores.

A zona de amortecimento é abordada pela Avenida Marabá e pelo bairro residencial a jusante, sendo que nesta área não pode ocorrer explorações no solo de maneira que prejudique a estabilidade do Parque, como por exemplo, exploração mineral e implantação de indústrias. A vertente que contempla o Parque também abrange o bairro Alto da Colina, que está a jusante, sendo que esta é uma área de instabilidade, com a exposição do solo e formando uma paisagem não atrativa para a sociedade, justificando a implantação de educação ambiental para a aproximação da comunidade. Além disso, também há a localização das antenas, que são pontos referencias para a sua localização.

parqueNa margem direita do Córrego do Monjolo, mapeado o Parque Municipal Mirante do Alto da Colina, pode-se observar a instalação dos processos erosivos contendo risco para as futuras instalações a jusante da vertente e observa-se também a ausência de arborização no bairro, comprovando a dificuldade de aproximar a sociedade da preservação da natureza. Porém, ao realizar a revegetação na área inferior do Parque que possui um declive de 1,46 metros para cada 10 metros na vertente, propicia a formação de trilha em ziguezague, para não ocorrer a formação de ravinas e realizar um manejo adequado para a água fluvial. Isto é, esta água será direcionada para abastecer as mudas, reduzindo a sua velocidade de percolação.

Com a retirada do cascalho na borda da Bacia do Córrego do Monjolo, percebe que esta ação de recuperação tem que ocorrer de forma gradual, respeitando a instabilidade da área, devido a esta ter sofrido um processo erosivo que deve ser contido. Assim, será utilizada a vegetação herbácea, com o intuito de propiciar uma melhor estabilidade. Caso necessite, também poderá colocar pedras na contenção dos processos erosivos nas trilhas. Ao longo dos anos, com a população sensibilizada da necessidade de preservação, poderão ser disponibilizadas algumas mudas no Parque para serem plantadas nos bairros próximos, formando uma cidade mais arborizada e melhorando a qualidade de vida da população.

As técnicas de Geoprocessamento propiciaram um zoneamento do Parque Municipal Mirante do Alto da Colina, de maneira a integrar a comunidade local, sendo isso de fundamental importância, uma vez que esse parque está inserido no perímetro urbano e também sendo ele área de recarga da bacia do Córrego do Monjolo, o que requer um planejamento e a integração social.

* Fonte e fotos 1 e 3: A Utilização de Técnicas de Geoprocessamento na Bacia do Córrego do Monjolo/Patos de Minas na Proposta de Zoneamento do Parque Municipal Mirante do Alto da Colina, de Ana Clara Mendes Caixeta (Acadêmica do Curso de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU – bolsista FAPEMIG – Instituto de Geografia-UFU-Campus Santa Mônica) e Jorge Luis Silva Brito (Orientador. Professor Doutor do Instituto de Geografia, da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Instituto de Geografia-UFU-Campus Santa Mônica).

* Foto 2: Showmystreet. Entrada do Córrego do Monjolo na canalização a céu aberto da Avenida Fátima Porto.

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