PEIXE ESPADA

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, PEIXES.

Esse gracioso e pacífico peixinho de água doce nada tem a ver com o seu homônimo do mar, ferrabrás, feroz e perigoso. Trata-se do Xiphophorus hellerii, mexicano de origem, criaturinha muito desejada por todos os aquaristas do mundo. O macho, menor que a fêmea, regula de 7 a 8 cm, e essa mede, no máximo, 10 cm. Não só o tamanho os distingue, senão, muito especialmente, a espada, que só o macho possui, a qual consiste num prolongamento espicular da nadadeira anal. A expectativa de vida é de 3 anos. Desse peixe existem algumas variedades de coloridos diferentes, verde, laranja, vermelho, negro, todos com uma lista marrom que corre através da linha lateral do corpo, exceto na variedade negra.  Pode ser confundido com o Plati (Xiphophorus maculatus).

Introduzido e estabelecido em diversos países incluindo o Brasil, que pode ser encontrado nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Ocorre principalmente em rios e córregos rápidos de água clara e alcalina, comumente em meio a densa vegetação aquática, além de nascentes quentes e seus afluentes, canais e lagoas, em água salobra e doce.

O que torna os Espadas figuras de alto relevo no aquarismo é a facilidade com que se prestam a hibridação. Aos 5 meses de idade estão adultos e já as fêmeas barrigudas de uma dúzia e meia de filhotes e quase sempre mais, indo, por vezes, até 80. Os amadores então experimentam grande prazer e curiosidade em acasalar o Espada com o Plati. Juntam então um macho verde daquela espécie com a fêmea vermelha desse. Os filhotes que então surgem são de notável beleza, mas, como híbridos, não deixam descendência com caracteres permanentes. Na América do Norte, a mania das hibridações empolgou os amadores de tal forma que surgiu uma multidão de peixinhos com tantos nomes populares, que ao final das contas já mais ninguém se entendia.

Uma singular curiosidade desse peixe é que fêmeas imaturas ou adultas em plena atividade, até mais velhas e esgotadas, podem masculinizar-se. Em criações controladas têm-se visto fêmeas, já com filhotes, transformar-se em machos, com capacidade para fecundar jovens fêmeas virgens. Assim os descendentes do Peixe Espada, se não fossem mudos, poderiam chamar o mesmo procriador, de mãe ou de pai, segundo fosse ele morgado ou caçula.

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm X 30 desejável (22°C a 28°C). A decoração do aquário é um tanto indiferente, porém, pode-se usar algumas rochas e plantas rusticas formando refúgios. Pacífico, tanto com indivíduos de outras espécies como os da mesma espécie, exceto em época de reprodução, quando os machos podem se tornar agressivos entre si ou quando inseridos em pouco espaço. Os machos desenvolvem uma hierarquia distinta. Alguns espécimes podem mordiscar as nadadeiras de peixes lentos ou de longas nadadeiras. Tal comportamento é bastante variável e mais frequente quando mantidos em pequenos aquários.

Deve-se criá-los em grupos, se possível utilizando a proporção de um macho para cada duas fêmeas, uma vez que frequentemente os machos procuram as fêmeas para se reproduzirem, podendo estressá-las ao extremo. Possuindo duas fêmeas para cada macho, a procura por fêmeas será generalizada e não somente sobre algumas. Onívoro, em seu ambiente natural alimenta-se de vermes, crustáceos, insetos e matéria vegetal. Em cativeiro aceitará praticamente qualquer tipo de alimento, desde seco (flocos) até alimentos vivos como pequenos crustáceos e micro vermes. Embora muitas literaturas indiquem se tratar de um peixe herbívoro, quando ocorrente em seu habitat natural tem forte preferência por insetos, vermes e pequenos crustáceos.

* Fonte: Livro “Peixes de Água Doce”, de Eurico Santos, e aquarismopaulista.com.

* Foto: Glynn Aland, em aquarismopaulista.com.

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